Moinho do icónico Moulin Rouge volta a brilhar

O moinho de vento que dá nome ao icónico cabaret parisiense foi restaurado, depois de as pás terem caído em Abril, danificando parte do letreiro.

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Moulin Rouge, em Paris, celebra o restauro do icónico moinho de vento (foto de arquivo) Rui Gaudêncio
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É a imagem de marca do histórico cabaret de Paris, antes de tudo o que acontece lá dentro: o enorme moinho de vento vermelho instalado sobre o espaço a que dá nome estava sem pás desde Abril, depois de se terem partido e caído, danificando parte do letreiro do espaço. Obras de restauro concluídas, o Moulin Rouge celebrou em festa, com um espectáculo de rua e cerca de 1500 pessoas, na noite de sexta-feira.

De acordo com Jean-Victor Clerico, o director-geral, cuja família gere o famoso cabaret desde 1955, foi a segunda vez na história do Moulin Rouge que os bailarinos dançaram o icónico cancã na rua, frente ao edifício, de novo com o seu moinho completo e iluminado. As pás, no entanto, ainda não voltaram a girar, uma vez que a componente mecânica do restauro não foi concluída a tempo, detalha a CNN.

O grande objectivo, conta Clerico, era devolver as pás de alumínio ao moinho de vento antes do início dos Jogos Olímpicos – e a tempo de ver passar a chama olímpica pela rua do Moulin Rouge, em Montmartre, o histórico bairro de artistas e boémia, durante a estafeta em Paris, a 15 de Julho. “Queríamos estar prontos para este momento especial”, conta Jean-Victor Clerico, citado pelo New York Times. “O Moulin Rouge sem as lâminas? Não é o mesmo.”

O incidente aconteceu no dia 25 de Abril e a queda das lâminas provocou danos ligeiros na fachada do edifício e o tombo de várias letras néon que anunciam o cabaret, mas este manteve-se em funcionamento durante as obras de restauro. Ninguém ficou ferido e as causas não são conhecidas.

O Moulin Rouge foi inaugurado em 1889 e manteve-se aberto durante as duas guerras mundiais e as vagas de gentrificação e turistificação, sobreviveu a incêndios e remodelações, inspirou artistas (e o filme homónimo, de 2001). “É um símbolo de vida. É um ícone”, sublinha Gabriel P. Weisberg, professor emérito de história da arte na Universidade de Minnesota e editor de Montmartre and the Making of Mass Culture, ao New York Times.

A inauguração do renovado moinho de vento sobre o Moulin Rouge ocorreu no fim-de-semana em que outro cabaret icónico de Paris encerrou portas devido a dificuldades financeiras: o Chez Michou, pioneiro nos shows de transformismo em Paris, também no bairro de Montmartre, fez o último espectáculo este domingo ao fim de 68 anos.

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