Euro 2024: Países Baixos plantaram um pinheiro numa floresta turca

Com a entrada de Weghorst ao intervalo, o jogo dos Países Baixos ganhou soluções que não tinha. O “pinheiro” ajudou e, mesmo sem marcar, permitiu aos neerlandeses darem a volta à Turquia.

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Weghorst em acção pelos Países Baixos Carmen Jaspersen / REUTERS
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Uma vez mais, o “pinheiro” Wout Weghorst foi decisivo para os Países Baixos no Euro 2024. A equipa neerlandesa eliminou a Turquia, com um triunfo por 2-1, um “patrocínio” do avançado que foi chamado ao intervalo e deu soluções necessárias à equipa de Ronald Koeman, frente a uma densa floresta de defesas turcos.

Já contámos aqui a história deste avançado, famoso por ser ter sido el bobo de Messi no Qatar, mas também por encarnar aquilo que Paulo Sérgio sonhou para o seu Sporting. A ideia era poderem acertar com a bola na cabeça do pinheiro, mas, neste sábado, a solução nem foi tão básica.

“Plantaram” o pinheiro na floresta turca e ele não só lutou no ar como ainda deu um apoio frontal de fino recorte técnico, que acabou por terminar em golo. E ainda tirou um golo feito à Turquia. Coisa pouca.

Turcos saíram na frente

Em Berlim, a Turquia jogou quase sempre com bloco baixo – bastante baixo mesmo – e ataque ao espaço com os craques Guler, Baris e Yildiz. Era um jogo algo rudimentar, mas, com artistas daquele calibre, pode sempre resultar.

E acabou por chegar ao golo num lance que nem foi desse tipo, mas sim um grande cruzamento de Guler após um canto, com o pé direito (menos forte), para cabeceamento de Samet ao segundo poste.

Os Países Baixos apareceram com um desenho ofensivo em 3x2x5, semelhante ao que Portugal já apresentou neste Europeu. Depay foi o Ronaldo, algo perdido a 9. Gakpo foi Leão, com o corredor livre para um contra um, já que Aké (Mendes) baixava para central pela esquerda.

Do lado oposto, Dumfries dava projecção, mas com uma diferença para Portugal: jogava por fora, com Bergwijn por dentro. E, tal como em Portugal, isto criou desconforto ao ala. Bernardo estava desconfortável por fora e Bergwijn esteve desconfortável por dentro, até por ser destro – é mais jogador de um contra um e espaço do que de trabalho entre linhas.

Isso tirou aos neerlandeses todo o jogo do lado direito e o futebol foi muito previsível, com Depay sempre desconfortável a 9.

Koeman chamou Weghorst

Ao intervalo, Ronald Koeman tentou resolver esses dois problemas de uma vez: colocou Weghorst, podendo ter Depay mais solto, e fez sair Bergwijn, colocando lá Xavi Simons, jogador um pouco mais confortável nesse labor em zonas interiores.

Mas Simons não conseguiu ter bola em zonas interiores e Gakpo à esquerda também era pouco usado, porque a defesa de cinco turcos era bastante larga e conseguia controlar os corredores.

As mudanças de Koeman só deram mais capacidade aos neerlandeses para criarem perigo em jogo directo, com alguns lances ganhos por Weghorst. Um deles deu o canto do qual saiu um cruzamento de Depay para o cabeceamento certeiro de De Vrij.

Depois, foi novamente Weghorst a usar um apoio frontal para desbloquear Dumfries, que cruzou para mais um autogolo neste Europeu (de Muldur).

Weghorst, apesar das limitações técnicas, continua a ter um impacto brutal no jogo dos Países Baixos, mesmo quando não tem acções directas de golo ou assistência, tendo ainda evitado um golo feito aos turcos.

Mesmo sem especial engenho, a Turquia criou lances suficientes para levar o jogo para prolongamento, mas esbarrou em Verbruggen, com mais um desempenho de alto nível na baliza neerlandesa.

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