Os jogadores de Portugal, um a um

De 0 a 10, a análise ao desempenho dos jogadores da selecção no Portugal-França.

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Cristiano Ronaldo em acção no Portugal-França Carmen Jaspersen / REUTERS
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Apesar de Portugal ter atacado bastante – e teve alguns lances de finalização –, o melhor elemento da selecção acabou por sê-lo, sobretudo, pelo desempenho no sector defensivo: Pepe.

Também Vitinha e Palhinha estiveram a bom nível, ao contrário de Ronaldo, Bernardo e Bruno Fernandes.

Diogo Costa – 6/10

Duas defesas fáceis na primeira parte, outras duas na segunda, e bom controlo da profundidade. Desta vez, não decidiu nos penáltis.

João Cancelo – 6/10

Começou o jogo muito contido, por um motivo defensivo e um ofensivo. O defensivo prendia-se com a presença de Mbappé muito aberto, obrigando Cancelo a cautelas, nomeadamente a não dar espaço para o gaulês arrancar. O motivo ofensivo é que Portugal forçou o corredor esquerdo durante largos minutos – e bem, porque estava a resultar. Só aos 37’ o lateral apareceu em jogo, primeiro lançado por Bernardo e depois a lançar o colega do City. Defensivamente esteve muito forte no um contra um e foi substituído na fase em que até parecia melhor no jogo, com mais fulgor atacante.

Pepe – 9/10

Uma falta sem nexo a começar o jogo, mas depois somou cortes importantes, mostrando sempre muita energia – alguma dela aplicada ao árbitro. A bola parecia ter íman para os pés e cabeça do experiente central, que foi limpando quase tudo o que podia. Jogo monstruoso de Pepe, que ganhou pelo ar, pelo chão, em alívios, em desarmes e no controlo da profundidade. Em suma, foi tudo dele em Hamburgo.

Rúben Dias – 6/10

Esteve discreto até aos 65’, quer a nível defensivo, quer em construção. Mas o corte que fez nesse minuto, num remate de Muani, foi fulcral. Depois voltou ao “silêncio”, deixando os cortes mais vistosos para Pepe. Passou mais ou menos despercebido na partida, mas não comprometeu.

Nuno Mendes – 6/10

Talvez a pior primeira parte de um jogador que tem sido dos melhores em todos os jogos. Somou erros técnicos uns atrás dos outros, ora em passe curto, ora em passe longo, ora em drible. Ainda simulou uma falta em um contra um defensivo com Mbappé, numa situação na qual essa queda poderia ter dado problemas a Portugal. Na segunda parte melhorou um pouco, mas esteve pouco feliz, quer a defender, quer a atacar – perdeu bolas no ataque e deixou o corredor desprotegido várias vezes. Ainda assim, acabou melhor o jogo, pela disponibilidade ofensiva, mesmo que sem engenho. E falhou o último lance de golo da selecção, a dois segundos dos 120'.

Palhinha – 8/10

Quando Deschamps pediu a Muani para fechar o lado esquerdo de Portugal, congestionando a zona de Leão e Mendes, Palhinha teve a sagacidade de entender que as viragens de jogo teriam de ser para o lado oposto. Esse tipo de leitura de jogo mostra mais uma dimensão de crescimento de Palhinha, que nem sempre executa com “perfume” máximo esses passes (e neste jogo até o fez, com um acerto brutal no passe longo), mas já os lê bastante melhor, como um 6 que é mais do que um trinco de recuperação. Defensivamente também foi muito forte.

Vitinha – 8/10

Pouco em jogo nos primeiros minutos, até porque o losango francês era muito denso na zona central. Quando Camavinga trocou com Kanté e começou a abrir mais na esquerda portuguesa, Vitinha cresceu no jogo e teve mais bola de frente para a defensiva francesa. Na segunda parte, talvez instruído por Martínez, começou a pegar no jogo bem mais atrás e teve ainda mais impacto na partida, sempre a ver o jogo na fase de construção, mais do que na de criação. Curiosamente, até esteve perto do golo num lance de condução em que apareceu mais adiantado, entre linhas, com Bruno a construir atrás. Foi crescendo com o jogo e fez uma segunda parte soberba, tomando conta do jogo. A par de Palhinha, o melhor português neste Europeu.

Bruno Fernandes – 5/10

Durante meia hora, o losango francês poderia criar uma galinha dos ovos de ouro para Bruno Fernandes. Quando a bola entrava em Nuno Mendes, Kanté abria o losango para vir cobrir. Aí, criava-se espaço na meia-esquerda, que Bruno poderia ter aproveitado mais. Só começou a pedir mais bola nessa zona... quando a França ajustou Muani à ala, fase em que a superioridade e o espaço já não existiam. Ainda teve a primeira grande oportunidade de golo, na segunda parte, num bom movimento vertical que até então tinha faltado. Mas continua a não ser o melhor Bruno, algo visível pela quantidade de passes transviados que fez.

Bernardo – 5/10

Pouco em jogo. Só perto do intervalo apareceu mais, a combinar com Cancelo, mas continua a ser pouco. Agarrado ao corredor é um jogador menos influente – perde ele e perde a selecção. Quando passou para o meio teve um pouco mais impacto, mas aí já lhe faltava fulgor físico para ser clarividente. Curiosamente, acabou bem o jogo, quer no trabalho sem bola, a “morder” os franceses, quer numa assistência soberba para Nuno Mendes.

Rafael Leão – 6/10

Bem a esticar o jogo em largura e a destruir Koundé jogada sim, jogada sim. Não definiu sempre bem, mas pareceu mais por falta de presença e movimentações na área por parte dos colegas do que propriamente incapacidade de Leão no último passe – algo em que muitas vezes falha. Primeira parte de altíssimo nível e uma segunda metade menos forte, até porque a França mobilizou meios para o parar.

Ronaldo – 4/10

Bom jogo do capitão na primeira parte – e não foi só pelo milagre de ter deixado alguém bater um livre-directo (curiosamente, no dia depois de Martínez ser confrontado com isso). Deu muitos apoios frontais e foi bem mais capaz a devolver o jogo aos colegas do que tem sido. Na segunda parte, desapareceu e mal tocou na bola – o que não é assim tão estranho dado que é alguém com 39 anos, 51 jogos nas pernas e muitos minutos no Euro 2024, mesmo quando poderia ter descansado. E continua com muito pouca sagacidade nos movimentos na área, sendo, como ponta-de-lança, um corpo pouco útil a quem procura servi-lo – como Leão, Mendes e Vitinha, os que mais tentaram. Quando até se movimenta bem, não finaliza a preceito. Foi outra vez uma nulidade total.

Nélson Semedo - 7/10

Entrou com muita energia, dinâmica e disponibilidade para atacar e foi certinho a defender, mesmo no um contra um com Mbappé. Apareceu muito bem neste Europeu.

Francisco Conceição - 6/10

Além da habitual energia sem bola, deu ao jogo boas iniciativas individuais, quase todas mal concluídas pelos colegas. Mais bem acompanhado poderia ter sido decisivo no prolongamento.

Rúben Neves – 5/10

Entrou para circular a bola. Sem impacto.

João Félix – 4/10

Não está com sorte e/ou engenho na carreira.

Matheus Nunes – sem nota

Pouco tempo em campo.

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