Estes são os cuidados (e regras) quando levamos os cães à praia

Não ir nas horas de maior calor e cuidado com as erupções cutâneas que a areia e a água salgada podem provocar. A aplicação de protector solar fica ao critério dos donos.

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Estes são os cuidados a ter quando levamos os cães à praia Greg Jenkins/Unsplash
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Portugal tem quase 90 praias com e sem vigilância que aceitam a entrada de cães e até que os animais dêem um mergulho no mar. Mas há regras (e cuidados) que os tutores devem seguir quando os levam. Primeiro que tudo, devem perguntar ao médico-veterinário se o cão está apto para passar umas horas com as patas em contacto com a areia e água do mar. Talvez não seja boa ideia para os cachorros, cães com focinho achatado ou animais mais velhos, mesmo que sejam saudáveis. Outro aspecto igualmente importante são as vacinas.

Seja durante os meses de Verão ou nas outras estações do ano, os cães só devem ir à praia se tiverem as vacinas e desparasitações interna e externa em dia. Nos meses mais quentes, a recomendação dos médicos veterinários é clara: só devem ir nas horas de menor calor.

Resumindo: os cuidados com os cães devem ser os mesmos que temos com as crianças. Com 30ºC graus não é recomendável que as levemos à praia nem que estejam expostas ao calor. Com um animal também não o devemos fazer.

Como têm o corpo coberto de pêlo e, assim, mais dificuldade em dissipar o calor, os efeitos das altas temperaturas — como o golpe de calor, a hipertermia e a desidratação — vão atingi-los mais rapidamente do que aos humanos. Além disto, se a areia estiver muito quente, vão seguramente queimar as almofadas das patas. O melhor é não arriscar e caminhar com o animal pela areia molhada.

Para não correrem riscos, os donos devem manter os cães à sombra, debaixo do guarda-sol ou de uma tenda de praia, e ter sempre água fresca e limpa à disposição. Quando forem com os animais para perto da água, devem levá-los presos com a trela. Por muito calmo e sossegado que o cão possa ser, é uma questão de segurança dos banhistas e até do próprio animal, que pode fugir ou aproximar-se demasiado do mar. A trela comprida cria uma sensação de liberdade no cão e pode ser a melhor solução para caminhadas no areal, mas perto do mar é mais seguro a rédea curta.

O cão deve também andar com a coleira com o contacto do dono ao pescoço caso se perca. Uma das estratégias para o manter sossegado e entretido é levar alguns brinquedos ou snacks.

Protector solar: sim ou não?

A utilização de protector solar nos cães é um dos dilemas dos veterinários. Há quem defenda que devem estar protegidos dos raios solares com protector nas zonas do focinho, nariz, orelhas e barriga, que têm menos pêlo e são as primeiras a queimar, mas também há quem defenda que não é uma alternativa assim tão eficaz.

Sara Coelho, médica-veterinária no Hospital Veterinário de Montenegro, no Porto, faz parte do segundo grupo e explica porquê: “Em teoria, sobretudo para os cães que têm pouco pêlo, poderia fazer sentido, mas vão sempre lamber e retirar a protecção.” Os raios solares também são mais perigosos para as raças de cães que têm o pêlo comprido e mais claro.

“Se os tutores quiserem experimentar, devem pôr nas zonas do corpo onde o cão não consiga chegar com a língua. Por exemplo, nas orelhas”, recomenda. No entanto, realça, os protectores solares devem ser específicos para cães e, idealmente, adquiridos nas farmácias, uma vez que não têm perfumes.

A água também retira o factor protecção do protector solar. Assim, e tal como nos humanos, deve ser reaplicado depois de cada mergulho do cão.

Mergulhos? Cuidado com a água salgada

Nas idas à água com o cão também é preciso ter cuidado, desde logo porque nem todos os animais se sentem confortáveis perto das ondas. Regra geral, os cães-d'água, os labradores e as raças maiores gostam de estar perto do mar e até de nadar, mas os mais pequenos, nem tanto. Neste último caso, os tutores não devem forçar o contacto com o mar.

Para os cães mais aventureiros (e donos com receio), existem ainda coletes salva-vidas.

Com a areia e água salgada, também são precisos cuidados, uma vez que podem provocar erupções cutâneas e outras reacções posteriores quando estão em contacto com o pêlo do animal. Para evitar situações destas, o melhor que os donos têm a fazer é dar banho ao animal com água limpa assim que chegarem a casa. Beber água do mar também é perigoso. E como a praia é um espaço público, é obrigatório apanhar os dejectos.

Cães de assistência são excepção

As regras de entrada de animais de companhia nas praias não se aplicam aos cães-guia, que ajudam pessoas cegas, cães para surdos e de serviço que dão apoio a quem tem dificuldades motoras, epilepsia ou esteja no espectro do autismo. Estes animais podem entrar em qualquer praia, independentemente das indicações do edital.

Uma última nota: os tutores que levarem um cão a uma praia concessionada que tenha entrada interdita a animais incorrem no pagamento de uma multa que pode chegar aos 2500 euros.

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