Farmácias inutilizaram mais doses de vacinas contra a covid do que centros de saúde
Farmácias inutilizaram mais doses de vacinas contra a covid do que os centros de saúde “por menor experiência na gestão do processo”, explica a Direcção-Geral da Saúde.
Mais de 123 mil doses de vacinas contra a covid-19 acabaram por ser inutilizadas durante a última campanha de vacinação, correspondendo a uma taxa de desperdício de 5,8%, revela o relatório que esta quinta-feira foi divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Já no caso das vacinas da gripe, apenas 2.628 doses foram inutilizadas, ou seja, 0,11% do total.
A maior parte das vacinas contra a covid (114.799 doses) foram inutilizadas nas farmácias, que vacinaram cerca de 70% das pessoas elegíveis.
São várias as razões que levam à inutilização das vacinas, nomeadamente a queda acidental na manipulação, a quebra na rede de frio e o prazo de validade expirado, explica a DGS.
Considerando "natural e esperado a maior proporção de inutilização nas vacinas para a covid-19", dado que estas vêm em frascos com várias doses, ao contrário das vacinas contra a gripe (unidose), a DGS sublinha que também era "expectável" uma maior percentagem de inutilização nas farmácias "por menor experiência na gestão do processo de vacinação".
Ainda assim, acentua o organismo liderado por Rita Sá Machado no relatório com o balanço da última campanha de vacinação, "a proporção de inutilização de doses foi em linha com o esperado para a covid-19 e abaixo do esperado para a gripe".
Na campanha de vacinação sazonal de 2003-2004, foram administradas mais de 1,9 milhões de vacinas contra a covid-19, das quais 1,3 milhões nas farmácias e cerca de 616 mil nos centros de saúde.
Em comparação com a campanha anterior (2022-2023), observou-se uma "redução generalizada da cobertura da vacinação" contra a covid, sobretudo nas faixas etárias dos 60 aos 64 anos — a cobertura vacinal foi de 40% quando ascendera a 60% na anterior — e dos 65 aos 69 anos, passou de 71% para 51%.