Portugal estuda plano de “recrutamento ético” de imigrantes

Organização das Migrações está a trabalhar com o Governo num plano de “recrutamento ético” de imigrantes . Pode incluir acordos com os países de origem. Áreas críticas são agricultura e turismo.

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A OIM propõe-se a implementar um plano que identifique as necessidades laborais que podem ser preenchidas com a mão-de-obra imigrante José Sérgio
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O escritório português da Organização Internacional das Migrações (OIM) está a discutir com o Governo um plano de "recrutamento ético" para migração laboral, que permita identificar carências sectoriais, dar formação prévia e acompanhamento, para facilitar a integração. Em declarações à Lusa, Vasco Malta, responsável pelo escritório da OIM em Portugal, explicou que o objectivo deste plano é a "boa gestão da migração laboral em Portugal".

"Nós identificámos duas áreas críticas de necessidade de mão-de-obra em Portugal, que não são novidades para ninguém: a agricultura e turismo". O o plano "é baseado nos princípios da migração segura, ordenada e regular, mas também na protecção dos direitos dos migrantes, no recrutamento ético e na própria sustentabilidade", explicou Vasco Malta, salientando que podem ser utilizados os acordos de migração bilaterais já celebrados por Portugal, como é o caso de Marrocos, Índia ou Cabo Verde.

O responsável disse que o objectivo neste plano "foi propor um conjunto de recomendações que visam acelerar os processos de documentação destas pessoas migrantes, melhorar a prática do recrutamento, mas também fortalecer a integração e a coordenação entre as instituições em Portugal e, com isso, promover uma abordagem que seja informada e ética na gestão da migração laboral".

Nestes casos, a OIM poderia "ajudar a implementar, nem que seja com um projecto-piloto", um plano que identifique as necessidades para serem preenchidas do ponto de vista do trabalho e depois "tentar fazer o 'match' no país de origem destas pessoas".

Em seguida, a OIM poderia "fazer a preparação pré-partida destas pessoas", incluindo, se necessário, "formação ainda no país de origem para que, quando chegassem a Portugal, já viessem preparadas, com algum background para poderem efectivamente ajudar a implementar no trabalho ou na área em que viessem a trabalhar", referiu ainda