Sem grande rendimento, a máquina francesa mostrou-se fiável

A França estreou-se no Euro 2024 com uma exibição sem brilho, mas garantiu o que procurava: uma vitória contra a Áustria, na primeira jornada do Grupo D.

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A França estreou-se no Europeu com uma vitória sofrida Bernadett Szabo / REUTERS
A França estreou-se no Europeu com uma vitória sofrida
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A França estreou-se no Europeu com uma vitória sofrida Kacper Pempel / REUTERS
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Os motores da máquina francesa ainda estão em claro aquecimento, mas, mesmo sem prestações de alto rendimento, Kylian Mbappé e companhia fizeram o que era preciso: foram fiáveis na estreia no Campeonato da Europa de 2024. Contra uma Áustria robusta e de tracção atrás até estar em desvantagem, a França marcou o único golo da partida de forma feliz – Max Wober marcou na própria baliza, aos 38’ – e, mesmo tendo de sofrer na segunda parte, assegurou o que era fundamental: a vitória (1-0) no primeiro jogo no Grupo D.

A história dizia-nos que numa fase de grupos, a França nunca tinha perdido o primeiro jogo realizado num Campeonato da Europa – são agora sete vitórias e três empates – e não foi na Merkur Spiel-Arena, em Düsseldorf, que os vice-campeões foram ao tapete na estreia na competição.

Reconhecido por ser um treinador de ideias fixas e pouco flexível tacticamente, Didier Deschamps arrancou o Alemanha 2024 com um “onze” sem surpresas. E isso implicava alguma gestão nos recursos franceses: Eduardo Camavinga, Aurélien Tchouaméni e Ferland Mendy, que a 1 de Junho conquistaram a Liga dos Campeões pelo Real Madrid, não foram escolhidos para iniciar o duelo com os austríacos.

Mantendo o habitual 4x2x3x1, Deschamps colocou à frente da sua defesa os competentes N'Golo Kanté e Adrien Rabiot e, daí para a frente, havia quatro setas apontadas à baliza defendida por Patrick Pentz: Ousmane Dembélé, Antoine Griezmann, Kylian Mbappé e Marcus Thuram.

Com apenas uma derrota nos últimos 16 jogos até à partida em Düsseldorf, a Áustria do alemão Ralf Rangnick, que chegou a ser apontado como possível treinador do Bayern Munique, tinha, no papel, um desenho táctico similar ao francês, com Marcel Sabitzer a dar um toque de talento a uma equipa que mostrou desde o início estar pronta para o combate.

Jogando de forma agressiva, os austríacos procuraram não dar muito espaço para a criatividade dos avançados franceses, mas, aos 8’, Mbappé criou a primeira oportunidade de perigo, valendo aos austríacos a defesa de Pentz.

Embora com mais bola e com claro ascendente, a França a partir desse momento passou a ter dificuldades em construir situações de golo. Por isso, sem surpresa, o décimo jogo do Europeu foi o primeiro que não teve golos na primeira meia hora.

Porém, pouco depois de concluído o primeiro terço da partida, a até aí pouco ofensiva Áustria foi quem esteve perto de marcar: aos 34’, um excelente passe de Sabitzer resultou numa grande oportunidade para Chris Baumgartner, mas Mike Maignan impediu com muita qualidade que o médio do RB Leipzig inaugurasse o marcador.

O que parecia ser o estímulo que os austríacos precisavam para começarem a se libertarem de algumas das amarras defensivas, resultou quase de seguida num balde de água gelada: após uma boa iniciativa de Mbappé, Max Wober desviou de cabeça para a própria baliza e fez o único golo da partida.

Mesmo sem jogar bem, a França justificava ao intervalo a curta vantagem, mas os últimos 45 minutos mostraram uma equipa gaulesa com pouca chama e, em alguns momentos, encostada às cordas pelos austríacos.

Em cima da hora de jogo, Ralf Rangnick fez uma substituição tripla – entraram Gernot Trauner, Patrick Wimmer e Marko Arnautovic – e o domínio da partida passou a estar repartido, com a Áustria a surgir com frequência nas proximidades da área gaulesa.

Assim, embora sem qualidade, os trinta minutos finais foram emotivos, com a combatividade levada por vezes ao limite, e com uma possível muito má notícia para os franceses: Mbappé teve de ser substituído em cima do minuto 90, com uma provável fractura no nariz.

No entanto, mesmo sem o seu capitão e com algum sofrimento nos descontos, onde a Áustria tentou o tudo ou nada, a França saiu de Düsseldorf com o que mais pretendia: os três pontos que dão a Deschamps tranquilidade para continuar a gerir o seu plantel na fase de grupos.

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