Roménia vence pela primeira vez neste século em Europeus

Ucrânia partia como favorita, mas foi atropelada pelo conservadorismo e eficácia do adversário balcânico.

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A festa dos romenos com a vitória sobre a Ucrânia Michaela Stache / REUTERS
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Quando, no Verão de 2013, Nicolae Claudiu Stanciu, então com 20 anos, protagonizou a mais cara contratação de sempre do futebol belga – 9,8 milhões de euros pagos pelo Anderlecht ao Steaua de Bucareste –, antecipava-se um brilhante futuro ao jovem médio ofensivo. Não se confirmou. Actualmente ao serviço do modesto Damac FC da Arábia Saudita, o capitão da Roménia recuperou os dias de glória com a camisola da selecção, abrindo esta segunda-feira o volumoso e inesperado triunfo frente à Ucrânia, por 3-0.

Não se pode dizer que os ucranianos tenham encontrado na Alemanha um escape desportivo para o seu sofrimento. Com o país esgotado pela longa guerra com a Rússia, as expectativas em relação à estreia da selecção no Euro 2024 terminaram com mais nuvens depressivas. Num embate inédito em jogos oficiais com a Roménia, o conjunto comandado por Serhiy Rebrov não só desaproveitou a posse de bola concedida pelo adversário (71% contra 29%), como acabou atropelado pela eficácia da resposta.

Com as bancadas da Arena de Munique cobertas de amarelo, as cores dos adeptos dos dois países, os romenos abordaram a partida de forma conservadora, cedendo a bola e o espaço e cercando com sucessivas barreiras de protecção a sua baliza.

Convidando o adversário a jogar muitas vezes nos últimos 30-40 metros, os romenos trancaram-se aplicadamente, aguardando pelos momentos certos para soltar a sua arma mais poderosa, as rápidas transições ofensivas ou, bem mais esporadicamente, numa pressão alta à saída de bola dos ucranianos. Foi assim que, completamente contra a corrente do jogo, surgiu o primeiro golo.

Um atraso à queima e um clamoroso erro do guarda-redes Andriy Lunin (Real Madrid) no alívio deixou a bola à mercê de Nicolae Stanciu, que, com um grande pontapé, fez entrar a bola nas redes, aos 29’.

A explosão dos romenos nas bancadas motivou os jogadores que, sem alterarem muito os princípios estabelecidos para este encontro, se tornaram mais afoitos. Aos 39’, na sequência de um canto e de outra abordagem mal calculada de Lunin, o mesmo Stanciu fez a bola embater na barra. Mas o pior ainda estava para vir para os ucranianos.

Quando se aguardava a reacção da equipa de Rebrov, a Roménia desferiu mais dois golpes fatais de rajada. Aos 53’, após rápido contra-ataque, Razvan Marin finalizou de remate cruzado, com a bola a passar por baixo das mãos de Lunin, mais uma vez mal no retrato. Quatro minutos depois, Denis Dragus encerrou a contagem.

O desalento nos rostos dos adeptos ucranianos contrastava com as lágrimas de felicidade romenas nas bancadas e no relvado. Estava confirmada a maior vitória de sempre da selecção numa fase final, onde apenas tinha apontado dez golos até ao momento. A única vitória tinha 24 anos e ocorrera em 2000 no Europeu realizado na Bélgica e nos Países Baixos, frente à Inglaterra (3-2).

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