Desde 2017 que Dieter Morszeck, neto do fundador e antigo presidente da empresa de malas de luxo Rimowa (agora no grupo da LVMH), sonhava com a ligação das vinhas e campos à hotelaria de luxo na sua propriedade na Vidigueira, distrito de Beja. Por fim, depois de consolidada a produção de vinho e azeite, chega o hotel. A Quinta do Paral - Boutique Wine Hotel começou a receber hóspedes este mês, ainda em período de soft opening (um período habitual na hotelaria para afinamento de novas unidades).
Apresenta-se como "um retiro vínico idílico" e chega sob a chancela de uma das mais exclusivas redes hoteleiras do mundo, a Leading Hotels of the World. A promessa, resume-se em comunicado, é de uma "experiência de luxo distinta, focada na exclusividade de serviços". Entre eles, o serviço de quartos e, particularmente, o "serviço de mordomo personalizado".
Com projecto de arquitectura e design assinado pelo gabinete Saraiva & Associados, ergue-se com "elementos identificativos da arquitectura alentejana"; entre muros de cal, arcadas a tijolo burro, ladrilhos de terracota, treliças geométricas. Na altura de lançamento do projecto, o orçamento avançado rondava os oito milhões de euros.
O hotel integra 22 quartos e três espaços gastronómicos (The Wine Restaurant, The Estate Lounge e The Grape Rooftop Bar), piscina "infinita", ginásio, sala de congressos e eventos. "Tudo rodeado de múltiplas áreas verdes e cursos de água", além das vinhas e não só: "No vinho cuidamos das nossas vinhas velhas ["mais de 50 anos"], preservamos a biodiversidade existente, somos sustentáveis e apoiamos o saudável desenvolvimento da agricultura — vinha e olival", garante-se.
"Com uma paisagem a perder de vista" (85 hectares de quinta), garante-se que, entre os luxos, se considera "a herança histórica da propriedade" e "o respeito pela cultura e tradição alentejanas", nas palavras de Sofia Moreira, directora do hotel. A sustentabilidade é um mantra e o conceito é de quiet luxury, ou, em bom alentejano, "luxo com calma". Como diz a directora, é "experienciar o Alentejo e a sua filosofia de paz e tranquilidade". Sempre em versão cinco estrelas, claro.
Além de outros edificados, foi reabilitada a casa senhorial do séc. XIX. Nos quartos, suítes e por outros espaços, anunciam-se "um mobiliário predominante em madeira, alguns apontamentos de couro e outros materiais nobres". Entre traças locais, "peças de design exclusivo e obras de arte únicas de inspiração vínica, personalizadas pelo artista David Reis Pinto".
Na oferta gastronómica, conta-se com a consultoria do chef alentejano José Júlio Vintém (do Tombalobos, Portalegre). Mote: "Típicos sabores alentejanos e uma cozinha genuína e de conforto, num ambiente sofisticado."
Entre os serviços disponíveis, vai-se das habituais bicicletas eléctricas e passeios a outros menos comuns, caso de poder optar-se por chegar à quinta por "transfer privado": "de carro ou no Pilatus PC12 — o avião privado da Quinta do Paral".
Haverá também provas de vinhos, algumas muito "exclusivas", jantares privados, oficinas de cozinha ou piqueniques no campo, além de eventos de, literalmente, ver estrelas, já que fica por aqui o Dark Sky alentejano — o “Contemplar o Céu Nocturno” faz-se a partir de uma "idílica cama balinesa imersa nas vinhas".
No site oficial da Quinta do Paral ainda não estava disponível a informação do hotel e reservas (um site dedicado será lançado na próxima semana, reservas para já por e-mail ou telefone — reservations@quintadoparal.com, 284 441 620), mas no site da Leading Hotels of the World algumas buscas dão como preços de referência mínimos desde 350 a 450 euros (épocas baixa/alta) por quarto duplo/noite, sempre a subir até à casa senhorial (onde dormem oito) — 1600/2000 euros.