Cotrim acusa Governo de “ser paroquial” com apoio a Costa para Conselho Europeu
“Estão a privilegiar a nacionalidade em relação à utilidade. Acho que é paroquial [...]quando a nacionalidade das pessoas conta mais do que as suas ideias”, atirou o antigo presidente da IL, no PE.
O eurodeputado eleito pela IL João Cotrim de Figueiredo acusou esta terça-feira o Governo de estar a privilegiar a nacionalidade de António Costa em vez da sua utilidade para o projecto europeu e apelidou o apoio anunciado pelo Governo de "paroquial".
"Estão a privilegiar a nacionalidade em relação à utilidade. Acho que é paroquial, desculpe que lhe diga, a nacionalidade das pessoas contar mais do que as suas ideias. Podemos ter uma pessoa com ideias absolutamente inaceitáveis e só porque é do nosso país ser apoiada, não faz sentido", insistiu João Cotrim de Figueiredo esta terça-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
O antigo presidente da Iniciativa Liberal considerou que o ex-primeiro-ministro António Costa "não gosta de mudança", por isso, "não serve ao projecto europeu".
A proximidade entre o Presidente francês, também um liberal, quem em várias ocasiões enalteceu as capacidades de diálogo do ex-primeiro-ministro português é conhecida e pode ser um apoio fulcral para António Costa. O chanceler alemão, Olaf Scholz, já demonstrou apoio a António Costa, se o ex-secretário-geral socialista avançar. Alemanha e França costumam estar concertados nesta decisão, pelo que é expectável um endosso de Emmanuel Macron.
Mas João Cotrim de Figueiredo pediu que todos os liberais sejam "suficientemente coerentes" e rejeitassem uma pessoa que "não tem uma postura liberal sobre o futuro da Europa". "Tinha muita pena se os outros liberais não pensassem dessa forma", reconheceu, acrescentando que vai tentar influenciar a decisão do Renovar a Europa, grupo político liberal, nesse sentido.