Carlos Alcaraz sofreu, divertiu-se e está na final de Roland Garros

O derradeiro adversário do espanhol, Alexander Zverev, vai procurar o seu primeiro título do Grand Slam.

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Carlos Alcaraz afastou Jannik Sinner, nas meias-finais Stephanie Lecocq / REUTERS
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Ano e meio depois de entrar na história do ténis mundial como o mais jovem número um do ranking, Carlos Alcaraz registou mais um recorde de precocidade ao tornar-se, aos 21 anos, no mais jovem tenista (masculino) a disputar finais do Grand Slam nos três diferentes pisos: hardcourts, relva e terra batida. Contudo, só depois de triunfar no US Open (2022) e em Wimbledon (2023) é que o espanhol irá ter a possibilidade de disputar a final de Roland Garros e cumprir a profecia que há muito apontava Alcaraz como sucessor do compatriota Rafael Nadal sobre o pó de tijolo parisiense. Ao contrário do que se passou em 2023, o tenista de El Palmar soube lidar com a pressão para vencer o rival Jannik Sinner, um ano mais velho, numa intensa batalha que superou as quatro horas. E vai agora, realizar um sonho de criança.

“Lembro-me de vir da escola para casa, a correr, para ligar a tv e ver os jogos de Roland Garros. Sempre quis colocar o meu nome na lista de jogadores espanhóis que ganharam este torneio. Não apenas Rafa, mas também Ferrero, Moyá, Costa…”, contou Alcaraz, após bater Sinner, por 2-6, 6-3, 3-6, 6-4 e 6-3. Ao estrear-se em finais no Grand Slam francês, o actual número três do ranking ultrapassou Andre Agassi, Bjorn Borg, Nadal e Jim Courier que também disputaram finais de majors nas três diferentes superfícies, já depois dos 22 anos.

“Sempre quis ser um dos melhores do mundo e para sê-lo tinha de ser bom em todos os pisos, como Roger, Novak, Rafa e Murray. Considero-me um jogador que adapta muito bem o seu estilo em cada superfície. Cresci a jogar em terra batida, mas sinto-me mais confortável em hardcourts”, revelou Alcaraz.

A mais jovem meia-final do Grand Slam desde que Andy Murray (com 21 anos) derrotou Rafael Nadal (22 anos) no US Open de 2008 teve muitos momentos de tensão, ao ponto de ambos terem sofrido de cãibras, no início do terceiro set. Alcaraz recordou-se da meia-final do ano passado, com Novak Djokovic em que cedeu à importância do momento. “Temos de lutar, sofrer e gostar de sofrer. Essa é a chave”, frisou o sexto espanhol neste século a qualificar-se para a final. Mas Alcaraz quer repetir os feitos dos compatriotas Manolo Santana, Anders Gimeno, Sergi Bruguera, Carlos Moyá, Albert Costa, (o seu treinador) Juan Carlos Ferrero e Rafael Nadal, que ergueram a Taça dos Mosqueteiros. Para já, Alcaraz vai cumprir o sonho de criança e jogar a final de Roland Garros, com Alexander Zverev (4.º).

Na quarta meia-final que disputou em Roland Garros, o alemão logrou finalmente alcançar a final, ao derrotar, por 2-6, 6-2, 6-4 e 6-2, o norueguês Casper Ruud (7.º), diminuído por um problema estomacal. “O primeiro set foi muito rápido e eu sabia que tinha de ser muito mais agressivo. No terceiro set, vi-o a mexer-se mais devagar, mas as excelentes pancadas continuavam lá”, disse Zverev, ainda no court Philippe Chatrier, de onde confessou ter boas e más memórias, referindo-se à grave lesão sofrida aqui em 2022.

Outra recordação menos boa foi a da sua experiência anterior em finais do Grand Slam, no US Open de 2020, em que liderou por dois sets e um break de vantagem e esteve a dois pontos de ganhar. “Não estava pronto, não tinha maturidade, talvez fosse demasiado novo para me aperceber da ocasião; agora tenho 27 anos, já não sou uma criança, e se não for agora quando será?”, questionou Zverev.

Este sábado (14 horas em Portugal) realiza-se a final feminina, entre a detentora do título, Iga Swiatek (1.ª) e a estreante em finais de majors, Jasmine Paolini (12.ª) – que também irá disputar, no domingo, a final de pares femininos.

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