Sondagem: PS forte entre mulheres e idosos, AD entre homens e jovens
A AD perdeu nas intenções de voto das mulheres e fica agora atrás do PS entre este eleitorado, face às intenções de voto nas eleições legislativas. Passou de 26% para 18%.
O PS é a força política preferida das mulheres, dos idosos e das pessoas com menos escolaridade, ao passo que a AD tem mais força entre os homens, os jovens e as pessoas com formação superior. É uma tendência espelhada numa sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, que traduz as preferências do eleitorado de esquerda e de direita.
No inquérito deste centro de estudos da Universidade Católica, o PS e a AD são os partidos mais escolhidos pelos eleitores em todos os segmentos da sociedade, seja por sexo, idade ou escolaridade, mas há uma clara preferência das mulheres (23%) e das pessoas com 65 ou mais anos (38%) e formação até ao 3.º ciclo (32%) pelos socialistas. Já a AD congrega a maioria das intenções de voto dos homens (23%), dos jovens entre os 18 e os 34 anos (16%) e das pessoas com ensino superior (25%).
Há um padrão que se mantém face à última sondagem do Cesop relativa às eleições legislativas, no que toca à escolaridade e à idade. Também em Março, o PS liderava entre o eleitorado com menos escolaridade e mais velho e a AD entre os eleitores mais instruídos e jovens. Mas, agora, a AD já não reúne a maioria das intenções de voto das mulheres (18%), quando, há três meses, 26% diziam votar na coligação (e apenas 22% no PS).
PS e CDU com mais força nos idosos
Ao contrário da AD, continua a ser entre os jovens que o PS mostra mais dificuldade em captar eleitores, congregando apenas 6% das intenções de voto dos mais novos. O mesmo se passa com a CDU, que tem apenas 2% nesta faixa etária, ao passo que chega aos 4% entre os idosos. Ainda assim, a seguir ao PS, o partido preferido dos mais velhos é a AD (26%), seguida do Chega (6%).
Já a IL, o BE e o Livre são mais populares entre os jovens do que nas restantes faixas etárias: registam 12%, 4% e 5%, respectivamente, mas não congregam mais de 1% das intenções de voto dos mais velhos. Os partidos com mais tracção entre a camada jovem são, contudo, a par da IL, a AD (16%) e o Chega (9%).
Estes dois partidos, por sua vez, têm maior percentagem de eleitores dos 35 aos 64 anos: 20% dizem votar na coligação entre o PSD e o CDS e 11% no Chega. O PS surge empatado com a AD, já que também reúne 20% das intenções neste segmento. Contas feitas, há uma preferência dos jovens pela direita (37%) e dos idosos pela esquerda (44%).
Homens à direita, mulheres à esquerda
A confirmar outros estudos que mostram que as mulheres tendem a votar mais à esquerda e os homens mais à direita, esta sondagem indica também que os partidos de direita geram mais simpatia entre o eleitorado masculino, visto que a percentagem de homens que tencionam votar na AD (23%), no Chega (12%) e na IL (7%) é mais elevada do que a percentagem de mulheres (18%, 7% e 4%, respectivamente) que admite colocar o seu voto nestes partidos. Já à esquerda, com a excepção da CDU – 2% de mulheres e 3% de homens –, são mais as mulheres que admitem votar no PS (23%), no BE (3%) e no Livre (3%) do que os homens (21% e 2% nos outros dois).
Esta diferença é particularmente acentuada no caso da AD e do Chega, que colhem 23% e 12% dos votos dos homens face a 18% e 7% das mulheres. De acordo com as contas do PÚBLICO, 31% das mulheres e 28% dos homens dizem votar à esquerda, ao passo que 29% das mulheres e 42% dos homens escolhem a direita.
Eleitores com mais formação preferem AD
Embora a AD seja mais popular entre as pessoas com um nível de escolaridade mais alto, o PS não fica muito atrás (17%), e esta preferência também salta à vista na IL (10%), que tem menos de 1% de eleitores até ao terceiro ciclo. O mesmo acontece com o Livre, o quarto partido mais forte neste segmento (6%), e também o BE tem mais eleitorado com o ensino superior (5%) do que nos restantes estratos.
Já as pessoas com o ensino secundário preferem o PS (19%), seguido da AD (17%) e do Chega (15%), que congrega mais eleitores neste segmento do que nos outros. As pessoas com menos formação optam, a seguir ao PS, pela AD (20%) e pelo Chega (8%). Mas é também entre a CDU que esta faixa de escolaridade se destaca, chegando aos 4%.
Novamente, há uma preferência das pessoas com o ensino superior pela direita (40%) e com menos escolaridade pela esquerda (38%). Destas contas, exceptua-se a IL e o Livre, por registarem menos de 1% das intenções de voto nesse segmento. O PAN também não chega a 1% das intenções de voto em qualquer dos estratos avaliados na sondagem.