Uma Mãe Coragem para pensar as guerras em directo

Maria João Luís protagoniza a nova encenação de António Pires, em estreia no sábado no Centro Cultural de Belém. As palavras de Saramago juntam-se às de Brecht nesta abordagem a um mundo no limite.

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Maria João Luís é a encarnação da inevitável normalização da guerra JAIME FREITAS
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O encenador António Pires jaime freitas
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A 28 de Maio, o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky foi recebido pelo seu homólogo português Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. Nas imediações, como é natural, o aparato militar fazia-se sentir. E mesmo ali ao lado, no Centro Cultural de Belém (CCB), percebendo as movimentações de forças especiais para garantir a segurança dessa visita do responsável máximo de um país em guerra, o encenador António Pires confirmava a actualidade de levar hoje a palco Mãe Coragem, texto fundamental de Bertolt Brecht, escrito no início da Segunda Guerra Mundial e imerso num pantanoso ambiente de ambiguidades morais, do vale-tudo em nome da sobrevivência, do conflito como estado que se instala e que, de repente, adquire uma certa normalidade – para quem assiste de longe e mesmo para quem a vive de perto.

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