Da promessa de voltar aos pedidos de casamento: 5 histórias dos concertos de Taylor Swift

“Nunca esquecerei a forma como nos trataram, o amor e a paixão avassaladores, as mãos no ar e a dança e como gritaram cada letra! Muito obrigada”, agradeceu a artista aos fãs portugueses.

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O momento em que Taylor Swift aparece em palco Nuno Ferreira Santos
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“É oficial, deixei o meu coração em Lisboa.” Foi assim que Taylor Swift se despediu dos portugueses neste domingo, depois de dois concertos esgotados da The Eras Tour, no Estádio da Luz. A artista recorreu ao Instagram para agradecer a hospitalidade em Portugal, naquela que foi a sua primeira passagem pelo país — mas não a última, prometeu. E os dois concertos foram repletos de histórias.

“Quero mudar-me para Portugal”

“A minha primeira vez em Portugal e vocês fizeram-me sentir como se estivesse em casa. Nunca esquecerei a forma como nos trataram, o amor e a paixão avassaladores, as mãos no ar e a dança e como gritaram cada letra! Muito obrigada”, agradeceu a artista neste domingo, através de uma publicação onde reunia fotografias dos dois concertos.

Já durante os espectáculos, Swift tinha dado a entender que o público português estava a ser um dos mais calorosos de toda a digressão. “Lisboa, vocês tiraram-me o fôlego”, disse, no início de ambos os concertos, onde também se aventurou com algumas palavras em português. “Bem-vindos à The Eras Tour”, anunciava no início do concerto de três horas e mais de 40 canções.

Logo no primeiro concerto na sexta-feira, Taylor Swift denunciou o seu amor por Portugal e, num momento em que o microfone estava desligado, terá dito: “Quero mudar-me para Portugal. Quero mudar-me para cá.”

Apesar de as palavras terem sido ditas sem que o estádio as ouvisse, o momento foi captado em vídeo para o TikTok e tornou-se viral também no X. “Alguém que esteja aí mais perto que lhe fale sobre a especulação imobiliária por amor de Deus ela que não se atreva”, escreve uma utilizadora, com humor. E outro propõe: “Ela ia viver para o interior e dar um boost ao desenvolvimento da economia lá.”

As ovações

E se Taylor Swift se confessou de imediato apaixonada por Portugal, os fãs responderam-lhe na mesma moeda. Além dos aplausos e letras cantadas em plenos pulmões ao longo de três horas, na sexta-feira, o estádio encheu-se com uma ovação de quatro minutos, depois de Champagne problems, que emocionou a cantora. “Nunca na minha vida vou esquecer este momento em Lisboa”, prometeu, enquanto se acendiam as luzes do estádio para que conseguisse ver a multidão no relvado e nas bancadas. “Obrigada”, disse, em português, com os olhos embargados.

No segundo concerto, no sábado, a ovação repetiu-se entre as canções dos álbuns Folklore e Evermore. Desta feita, a cantora retirou os auscultadores para ouvir a multidão, com gritos ensurdecedores, que a levaram a cobrir os ouvidos entre gargalhadas. Contudo, a produção não acendeu as luzes do estádio, iluminado apenas pelas pulseiras cintilantes, mas Swift voltou-se também incrédula para a sua banda, posicionada nas extremidades do enorme palco, com mais de 75 metros.

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Horas antes, aplausos também encheram o estádio durante o concerto de abertura, a cargo dos Paramore, que ocupou 45 minutos e incluiu êxitos como The only exception ou Ain’t it fun. “Esta é a nossa terceira cidade com a The Eras Tour e temos de dizer que vocês são a nossa plateia favorita, Lisboa”, confessou a vocalista Hayley Williams no concerto de sábado.

O chapéu de 22

É sempre um dos momentos mais partilhados nas redes sociais e aconteceu tanto no concerto de sexta-feira, como no de sábado. Durante a canção 22, Taylor Swift oferece o chapéu a uma das crianças que estiver na primeira fila. A cantora abraça também a fã que lhe oferece, em resposta, uma pulseira da amizade.

A tradição recua até 2012, ano em que Swift lançou o álbum Red, onde se inclui a canção 22. No videoclip do êxito, a cantora usava um chapéu preto, uma T-shirt branca com letras garrafais e uns pequenos calções. O visual é recriado na The Eras Tour, incluindo o chapéu, oferecido todas as noites.

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A frase na T-shirt — que no concerto é em lantejoulas — vai variando consoante a noite e, em Lisboa, usou uma das mensagens mais fortes, que estreou no primeiro concerto de Paris: “This is not Taylor’s Version” A frase está ligada a perda de direitos da artista sobre a sua discografia, o que terá levado a que tivesse de gravar novas versões dos primeiros álbuns da sua carreira, incluindo Red. É também um alerta para que os fãs ouçam as novas versões das canções e não as originais.

Ao longo dos dois serões, não houve surpresas nos figurinos da artista. O guarda-roupa manteve-se conforme planeado, com algumas oscilações de cor entre sexta-feira e sábado. Por exemplo, no primeiro concerto a artista abriu o espectáculo com o macacão de lantejoulas da Versace em azul e rosa; no dia seguinte, usou o mesmo macacão, mas em rosa e laranja. Já para cantar Enchanted na sexta-feira elegeu o volumoso vestido Nicole+Felicia e, no dia seguinte, outro modelo semelhante, mas assinado pela Reem Acra.

Pedidos de casamento

Mas o chapéu de 22 não é a única tradição dos concertos de Taylor Swift e durante a canção Love Story, do álbum Fearless, já é comum acontecer uma chuva de pedidos de casamento. Os namorados ajoelham-se incentivados pela letra da canção: “He knelt to the ground and pulled out a ring and said: Marry me, Juliet, you’ll never have to be alone. I love you and that’s all I really know” (Em português: “Ajoelhou-se no chão, tirou um anel e disse: Casa comigo, Julieta, e nunca terás de estar sozinha. Eu amo-te e isso é tudo o que sei.”)

Foi o que fez Ricardo Matos, 20 anos, que pediu a namorada Beatriz Simões, 23, em casamento durante o concerto de sexta-feira. “Foi uma total surpresa. Ainda estou em choque. Foi mágico e toda a gente estava tão feliz”, contou a noiva, que fazia um directo para o Instagram quando o pedido de casamento aconteceu, à revista People. A resposta foi “sim”, claro.

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O momento foi filmado para as redes sociais, tal como, pelo menos, mais dois pedidos de casamento que aconteceram durante o concerto. No estádio, estavam ainda outros namorados que não se ajoelharam para pedir em casamento, mas acompanharam as namoradas, tal como alguns pais. Muitos usavam T-shirts com frases como: “Aqui para apoiar a minha namorada swiftie” ou “Pai swiftie ao serviço”.

Canções-surpresa

Ao longo do espectáculo de três horas, há espaço para poucas surpresas, não só porque o concerto também já foi transformado num filme, mas também graças às redes sociais que mostram cada segundo da The Eras Tour. Contudo, Taylor Swift prepara sempre duas canções surpresa, na secção a que chama “acústica” — uma das canções é cantada à guitarra e outra ao piano.

Na primeira noite em Lisboa cantou um mash-up de Come back… be here e The way I loved you e sentou-se ao piano para estrear Fresh out the slammer, do novo álbum The Tortured Poets Department.

Já para o segundo dia ficou reservada uma das canções mais mediáticas desta digressão, You're on your own, kid, que juntou a Long live. A noite ficou ainda marcada pela estreia da canção The Tortured Poets Department, interpretada pela primeira vez ao vivo, numa mistura com Now that we don’t talk.

A plateia ficou em êxtase com a escolha de You're on your own, kid, a canção que inspirou o fenómeno das pulseiras da amizade na The Eras Tour. As pulseiras, em missangas e com frases, são feitas pelos fãs com meses de antecedência para serem trocadas com outros swifties. A tradição era popular nos anos 1990 e início dos anos 2000 e faz alusão à letra desta canção que diz: “So, make the friendship bracelets, take the moment and taste it” (“Por isso, façam as pulseiras da amizade, aproveitem o momento e saboreiem-no”, em português).

Não foi Swift a incentivar o fenómeno que se tornou global e também fervilhou em Lisboa neste fim-de-semana. Feita a despedida de Taylor Swift em Portugal, as pulseiras da amizade voltarão para a gaveta até uma próxima oportunidade. “Devíamos ter vindo a Portugal de todas as vezes. É um erro que nunca mais vou cometer. Viremos sempre ver-vos”, prometeu a cantora.

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Fãs usam as pulseiras da amizade Nuno Ferreira Santos
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