Reunião no Vaticano debateu trabalho da Igreja portuguesa no combate a abusos
Conferência Episcopal Portuguesa reafirmou princípio de “tolerância zero”: “Não há lugar para abusadores” na Igreja
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, reafirmou esta sexta-feira, para a Igreja portuguesa, o princípio de "tolerância zero" preconizado pelo Papa Francisco no combate aos abusos sexuais no seio desta instituição.
José Ornelas participou hoje, com outros bispos portugueses, num encontro com membros da Comissão Pontifícia para a Protecção de Menores, para, segundo a agência Ecclesia, partilhar a "experiência do percurso" feito em Portugal e inteirar-se do trabalho realizado "no contexto global da Igreja".
No final da reunião, o também bispo de Leiria-Fátima frisou que "não há lugar para abusadores" na Igreja e que "a tolerância zero tem de ser muito bem pensada para dar resultado".
"É isso que nós estamos a procurar fazer, com gente capaz, com a boa vontade de todos. Mas temos de trabalhar juntos para que a Igreja seja verdadeiramente o que é chamada a ser: cuidadora de fragilidades. No seu seio não há lugar para abusadores", acrescentou o presidente da CEP no final da reunião, que decorreu à margem do programa da visita que os bispos católicos portugueses realizaram esta semana ao Vaticano.
Segundo José Ornelas, "a Igreja é segura, mas tem de constantemente adaptar as suas medidas de segurança aos diversos contextos culturais, às diversas situações" que vão surgindo. "Em Portugal, é isso que estamos a procurar fazer", frisou, citado pela Ecclesia.
A CEP recebeu, em Fevereiro de 2023, um relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal que validou 512 testemunhos, num total de 564 recebidos, relativos a casos ocorridos entre 1950 e 2022. Após o final dos trabalhos desta comissão, o episcopado criou o Grupo Vita, para o acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis.