O Presidente Ebrahim Raisi morreu, mas nada vai mudar no Irão

O que significa a morte de Ebrahim Raisi para o futuro do Irão? Será a ala reformista capaz de apresentar um candidato à sucessão, ou vai a eleição fortalecer o poder dos conservadores?

Ebrahim Raisi, Presidente do Irão, morreu, neste domingo, num acidente de helicóptero, num terreno montanhoso, junto à fronteira com o Azerbaijão. Raisi era o candidato mais forte à sucessão do Guia Supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.

O primeiro vice-presidente Mohammad Mokhber será o Presidente interino até às eleições, que devem ocorrer daqui a 50 dias. E o mais provável é que a eleição fortaleça o poder dos conservadores em detrimento de uma ala mais reformista. A dúvida é mesma essa: será a ala reformista capaz de apresentar um candidato?

Será que o ex-presidente Hassan Rouhani se vai candidatar em nome de uma linha mais moderada?

A morte do presidente tanto pode ser uma oportunidade para suavizar a repressão interna como para reforçar a expansão externa. Mas o mais natural é que o Irão queira consolidar o seu papel regional, neste contexto de guerra em Gaza e de iminente aproximação entre Israel e Arábia Saudita.

É o que nos explica Tiago André Lopes, professor e investigador da Universidade Portucalense.


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