David Copperfield acusado de conduta sexual imprópria por 16 mulheres

David Copperfield, mágico norte-americano, foi acusado de conduta sexual inapropriada por mais de uma dezena de mulheres. Mais de metade das denunciantes afirma ser menor de idade na altura do abuso.

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David Copperfield negou as acusações de conduta sexual imprópria STOYAN NENOV / REUTERS
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O mágico David Copperfield foi acusado por 16 mulheres de conduta sexual imprópria e comportamento inadequado, revela uma investigação do jornal britânico The Guardian publicada nesta quarta-feira, 15 de Maio.

Mais de metade das mulheres afirmam que eram menores de idade na altura do abuso e três das vítimas alegam que o ilusionista as drogou antes dos actos sexuais. Os abusos terão acontecido entre o final da década dos 80 e 2014.

Em quatro casos, as denunciantes afirmam que Copperfield as apalpou ou as forçou a tocar no seu corpo de maneira sexual durante apresentações de magia. A investigação do The Guardian refere que três delas eram menores de idade.

Fallon Thorne, agora com 38 anos, conta ao jornal que, durante uma actuação do ilusionista no MGM Hotel em Las Vegas, em 2014, Copperfield lhe apalpou o seio após chamá-la ao palco. Após o acontecimento, a denunciante fez queixa no Departamento de Polícia, mas o caso foi arquivado por falta de provas. Thorne afirma que não sentiu que a denúncia fosse considerada seriamente.

Os advogados de Copperfield garantem que a polícia descartou o caso porque os vídeos da actuação não mostram o mágico a tocar no peito da denunciante. Nem os advogados de Copperfield, nem a polícia de Las Vegas ou a MGM partilharam os vídeos da actuação com o The Guardian, apesar dos pedidos do jornal.

Copperfield, de 67 anos, já tinha sido acusado de abuso em 2018. Brittney Lewis, uma das 16 denunciantes citadas no The Guardian, disse na altura ao The Wrap que o ilusionista a drogou e abusou sexualmente dela quando tinha 17 anos, em 1988.

Outra mulher, que preferiu manter o anonimato, contou ao The Guardian que ela e uma amiga foram drogadas antes de ter relações sexuais com Copperfield em 1993, depois de um espectáculo do mágico. “Eu nunca diria isto se não acreditasse verdadeiramente que fui drogada na altura”, disse.

Questionados pelo The Guardian, Copperfield e os seus advogados negaram as acusações. Em resposta escrita ao jornal, os representantes legais do mágico disseram que Copperfield “nunca agiu de forma inapropriada com ninguém, muito menos com menores de idade”, e que os relatos são “não só são completamente falsos, mas também totalmente implausíveis”.

A edição norte-americana do The Guardian afirma que entrevistou mais de 100 pessoas e examinou registos policiais e judiciais para corroborar as histórias. Segundo o jornal, Copperfield conhecia as mulheres através do seu trabalho como ilusionista e prometia ajudá-las nas suas carreiras na indústria do entretenimento.

Uma mulher alega que, depois de conhecer Copperfield num espectáculo em 1991, aos 15 anos, o mágico lhe ligava todas as noites e lhe comprava presentes e bilhetes para as suas actuações. A denunciante conta que, quando atingiu a maioridade, teve relações sexuais com Copperfield. Sobre este caso, os advogados afirmam que a relação, que durou quatro anos, foi legal e consensual.

O The Guardian recorda que Copperfield já tinha enfrentado escrutínio público no passado pelos seus vínculos com Jeffrey Epstein, depois de o seu nome aparecer nos documentos judiciais relacionados com o magnata, ainda que a sua presença nestes documentos não implique qualquer crime. Na altura, os advogados do ilusionista afirmaram que Copperfield não sabia nada sobre os crimes cometidos por Epstein.

Texto editado por Ana Maria Henriques

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