Quem se junta ao Grito de iolanda? Estas são as canções finalistas da Eurovisão
Aos Grandes Cinco, que passam directamente para a final, juntam-se os 20 países apurados nas duas semifinais e a Suécia, anfitriã da 68.ª edição do festival da Eurovisão.
A final da Eurovisão está marcada para este sábado, 11 de Maio, em Malmö, na Suécia, e as canções que vão desfilar no festival já estão escolhidas. No total, são 26 — das duas semifinais houve 20 que passaram à fase seguinte, e juntam-se a elas as canções do país anfitrião e dos Grandes Cinco (Reino Unido, França, Alemanha, Espanha e Itália).
Este ano, o evento que sempre se caracterizou como apolítico está a ter uma edição profundamente politizada. Após múltiplos apelos pelo boicote à participação de Israel, a organização nada fez — e proibiu todas as bandeiras que não fossem representantes dos países ou da comunidade LGBTQIA+. Vários concorrentes mostraram subliminarmente o seu apoio à Palestina. No dia da segunda semifinal, em que Israel era um dos concorrentes (que viria a ser apurado para a final), milhares de pessoas saíram às ruas em Malmö pelo "fim do genocídio" do povo palestiniano.
Na primeira semifinal foram apurados Portugal, Sérvia, Eslovénia, Ucrânia, Lituânia, Finlândia, Chipre, Croácia, Irlanda e Luxemburgo. A estes dez juntaram-se, após serem escolhidos na segunda semifinal, Letónia, Áustria, Países Baixos, Noruega, Israel, Grécia, Estónia, Suíça, Geórgia e Arménia.
Segundo as casas de apostas, a Croácia é o grande favorito da 68.º edição do festival da Eurovisão, que será transmitida este sábado, em directo na RTP1, a partir das 20h.
Suécia: Marcus & Martinus — Unforgettable
Os anfitriões vão ser os primeiros a actuar, sem passar por nenhuma semifinal, e levam a típica sonoridade da Eurovisão: um dance-pop que encaixa no festival, mas não promete pontuações altas — as casas de apostas põem-nos a meio da tabela. Os gémeos Marcus & Martinus são caras conhecidas na Suécia e lançaram três álbuns entre 2015 e 2016. Em 2023, concorreram ao Melodifestivalen (equivalente sueco ao Festival da Canção), tendo ficado em 2.º lugar, atrás de Loreen, vencedora da 67.ª edição do festival da Eurovisão.
Ucrânia: alyona alyona & Jerry Heil — Teresa & Maria
A vencedora de 2022 traz este ano uma conversa entre a cantora pop Jerry Heil e a rapper alyona alyona, na qual evocam Madre Teresa e a Virgem Maria e mostram esperança pelo futuro do país.
Alemanha: ISAAK — Always on the run
Vai ser a primeira dos Grandes Cinco a apresentar-se na final do festival da Eurovisão e é uma das que a comunidade eurovisiva menos gosta, mas deve chegar para superar o resultado de 2023 — a Alemanha foi a última classificada, com apenas 18 pontos para Blood & glitter, de Lord of The Lost.
Luxemburgo: TALI — Fighter
Após 30 anos fora do concurso, o Luxemburgo voltou à competição e conseguiu chegar à final, com Fighter, de TALI. A intérprete é de origem israelita, mudou-se para o Luxemburgo ainda em criança e vive em Nova Iorque. Viajou para o Luxemburgo para competir na final nacional do Luxembourg Song Contest e garantiu a presença do país na final da Eurovisão. O país não participava no concurso desde 1993.
Países Baixos: Joost Klein — Europapa
A canção dos Países Baixos é uma ode europeísta e declaração de amor à União Europeia. Há danças e uma pessoa vestida de pássaro azul com a bandeira da UE, no ecrã atrás de Joos Klen vão passando imagens de pratos europeus e no refrão o intérprete repete que vai ficar na Europa "até morrer". É uma das favoritas para ficar no top 10.
Israel: Eden Golan — Hurricane
Ao ver a transmissão da segunda semifinal da Eurovisão, parece que Eden Golan está a ser apoiada como qualquer outra actuação. Mas vídeos da plateia partilhados nas redes sociais mostram a cantora israelita a ser vaiada durante a performance. A balada é uma das favoritas à vitória — está em segundo lugar nas casas de apostas —, mas as manifestações contra a participação de Israel continuam. No dia da semifinal mais de 10 mil pessoas saíram à rua pelo "fim do genocídio" e durante a actuação ouviam-se gritos pela "libertação da Palestina".
Lituânia: Silvester Belt — Luktelk
A Lituânia nunca venceu o festival da Eurovisão — e também não vai ser desta. O electro-pop do lituano Silvester Belt parece seguir as participações anteriores do país e deve ficar a meio da tabela este ano em Malmö, na Suécia.
Espanha: Nebulossa — Zorra
Até o primeiro-ministro espanhol já falou sobre a música que representará Espanha na Eurovisão, depois de um movimento feminista ter acusado a nação de ser misógina por usar a palavra "zorra", geralmente utilizada de forma ofensiva para com mulheres. Os autores da música, a dupla Nebulossa, defenderam-se, dizendo que o objectivo da música era criticar essa misoginia. Pedro Sanchéz considerou que "este tipo de provocações deve partir da cultura".
Estónia: 5MIINUST x Puuluup — (nendest) narkootikumidest ei tea me (küll) midagi
A Estónia qualificou-se na segunda semifinal, mas não deve conseguir chegar perto do 8.º lugar que conseguiu no ano passado com Bridges, de Alika.
Irlanda: Bambie Thug — Doomsday blue
É uma das canções favoritas deste ano, ao contrário do que se esperava quando venceu o concurso nacional na Irlanda. A caminho da Suécia, Bambie Thug melhorou os cenários, ficou tudo (ainda) mais negro e estranho e, a um dia da final, está na corria para o top 3.
Letónia: Dons — Hollow
Estão em último lugar nas casas de apostas, mas pelo menos estão na final, o que já não acontecia desde 2016, ano em que a Eurovisão também se realizou na Suécia (dessa vez, em Estocolmo).
Grécia: Marina Satti — Zari
Subiu ao palco doente na segunda semifinal, passou e é uma séria concorrente aos primeiros dez lugares na final da Eurovisão. No ano passado, a Grécia não se qualificou para a final — o que só aconteceu três vezes em 43 participações.
Reino Unido: Olly Alexander — Dizzy
O Reino Unido não tem de passar pelas semifinais para chegar à final por fazer parte dos cinco países que estão automaticamente apurados. Este ano, foi Olly Alexander, vocalista da banda Years & Years, o escolhido para representar o país.
Noruega: Gåte — Ulveham
No ano passado, a Noruega conseguiu o 5.º lugar em Liverpool, mas este ano parece provável que fique a meio da tabela com Ulveham (pele de lobo, em português), uma espécie de folk metal com elementos noruegueses.
Itália: Angelina Mango — La noia
Angelina Mango é a primeira mulher a representar Itália desde 2016, ano em que, também na Suécia, Francesca Michielin apresentou No degree of separation. Desde 2017, o país nunca desceu do top 6 e, em 2021, a banda Maneskin venceu o festival da Eurovisão em Roterdão.
Sérvia: Teya Dora — Ramonda
O nome da canção apresentada pela cantora e compositora sérvia refere-se a uma flor, símbolo de lembrança de todas as vidas sérvias que se perderam durante a Primeira Guerra Mundial. Esta é apenas a 16.ª vez que a Sérvia participa no concurso.
Finlândia: Windows95man — No rules!
O intérprete finlandês apresenta-se com um boné e uma t-shirt curta com o logótipo do Windows 95. Para baixo, quase nada — só as censuras inventivas da transmissão da Eurovisão. Após uma óptima classificação no ano passado (a Finlândia ficou em 2.º lugar), esta edição promete um top 10.
Portugal: iolanda — Grito
O Grito de iolanda é uma “ode à libertação interior”, como disse ao PÚBLICO a intérprete. Não era certo — parecia, aliás, improvável — que passasse à final do festival da Eurovisão, mas foi uma das apuradas na primeira semifinal.
Arménia: LADANIVA — Jako
A dupla LADANIVA inspira-se em sonoridades de todo o mundo, particularmente dos Balcãs, e trá-las para a sua música. O país participou apenas 15 vezes no festival da Eurovisão e nos últimos anos não tem conseguido ficar em lugares cimeiros; este ano não parece ser excepção.
Chipre: Silia Kapsis — Liar
Liar é mais uma música no festival da Eurovisão, não se destaca particularmente, mas há muito movimento e roupas brilhantes. O Chipre teve a sua melhor classificação em 2018 com Fuego, de Eleni Foureira. Este ano, tudo aponta para que fique nos últimos 10 lugares da competição.
Suíça: Nemo — The code
A Suíça é um dos países na corrida para o 1.º lugar da Eurovisão. Não há ecrãs nem bailarinos, mas Nemo preenche o palco, salta, corre, trepa uma plataforma inclinada e continua a cantar — de tal forma que houve quem achasse que a voz só podia ser gravada.
Eslovénia: Raiven — Veronika
A Eslovénia voltou a qualificar-se para a final da Eurovisão, desta vez com Raiven, a interpretar Veronika. No ano passado, o país ficou em 21.º lugar e nos dois anos anteriores não tinha chegado à final. Este sábado, dia 11, pode conseguir superar a classificação do ano passado, mas não por muito.
Croácia: Baby Lasagna — Rim tim tagi dim
A Croácia é o grande favorito a vencer a Eurovisão. Rim tim tagi dim conquistou os fãs do concurso, que escrevem nos comentários no YouTube: “Que simpático da parte do Baby Lasagna ter convidado 17 países para o seu concerto.”
Geórgia: Nutsa Buzaladze — Firefighter
2016 marcou a última vez que a Geórgia se qualificou para a final da Eurovisão, quando terminou em 20.º lugar na edição realizada em Estocolmo. Este ano, deve conseguir um lugar melhor — mas não muito.
França: Slimane — Mon amour
Este ano, mais uma vez, França apostou numa balada clássica que destoa do tom das restantes músicas. A última vez que França teve um bom resultado foi em 2021, com Voilá de Barbara Pravi, mas este ano parece possível voltar ao top 10.
Áustria: Kaleen — We will rave
We will rave é a canção da Áustria que Kaleen apresenta na final da Eurovisão. É pop, é dançável, há fatos brilhantes: sucesso na Eurovisão. No ano passado, a Áustria classificou-se para a final pela primeira vez desde 2018.