Eurovisão: entre protestos, Israel vai à final

A polémica segunda semifinal da competição decorreu esta quinta-feira à noite. Letónia, Áustria, Países Baixos, Noruega, Grécia, Estónia, Suíça e Arménia foram os outros países apurados.

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A celebração de Eden Golam e da comitiva israelita EBU/Sarah Louise Bennett
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Apesar de a RTP1 só a mostrar em diferido, mais ou menos meia hora após o final, a segunda semifinal da 68.ª edição da Eurovisão decorreu esta quinta-feira à noite na Malmö Arena, na cidade homónima da Suécia. Foi transmitida em directo no YouTube oficial da Eurovisão. Era a etapa mais polémica do concurso, graças à presença de Israel, que há sete meses está numa ofensiva em Gaza e que passou à final de sábado.

A canção que representa o país é Hurricane, interpretada por Eden Golam. Na quarta-feira, num ensaio geral, a cantora israelita tinha sido fortemente apupada, e esta tarde havia protestos à porta da arena contra a inclusão do país, nos quais Greta Thunberg, a mediática activista climática sueca, esteve presente.

No espectáculo propriamente dito, ouviu-se, na transmissão em directo no YouTube, uma quantidade grande de aplausos, o que poderá significar que o concurso, que sublinhou que todas as bandeiras que não sejam de países participantes ou do arco-íris LGQBTQIA+, esteja a usar a tecnologia "anti-apupo" estreada em 2015. Nessa altura servia para a Rússia, aquando da invasão da Crimeia, para mascarar reacções negativas durante os directos.

Hurricane foi uma das dez canções apuradas para competirem com a portuguesa iolanda e o seu Grito, que passaram a qualificação na primeira semifinal na terça-feira, na final do concurso. Os outros países representados na final são Letónia, com Dons e Hollow, Áustria, com Kaleen e We Will Rave, Países Baixos, com Joost Klein e Europapa, Noruega, com Gåte e Ulveham, Grécia, com Marina Satti e ZARI, Estónia, com 5MIINUST x Puuluup e (nendest) narkootikumidest ei tea me (küll) midagi, Suíça, com Nemo e The Code, Arménia, com Ladaniva e Jako.

Em termos de mensagens, Mustii, o concorrente belga que não foi apurado, tinha "paz" escrito no braço durante a sua actuação. De fora ficou também Malta, Albânia, Chéquia, Dinamarca e San Marino.

Além das actuações das canções aprovadas, houve também espaço para Mon Amour, de Slimane, concorrente francês, Zorra, do duo Nebulossa, a representante espanhola, e La noia, de Angelina Mango, pela Itália. Ambas estão automaticamente na final, visto os países pertencerem aos chamados Grandes Cinco da Eurovisão, que mais contribuem monetariamente para a entidade organizadora - a UER, União Europeia de Radiodifusão.

O eurodance que se espera do espectáculo eurovisivo, grande e ridículo, ficou bem representado, com, por exemplo, os concorrentes da Estónia e de Espanha, que parecia ter a plateia a cantar cada parte da letra com afinco, bem como o êxito viral europeísta Europapa, que concorre pelos Países Baixos.

No primeiro intervalo, actuaram três velhas glórias do Eurofestival: a grega Helena Paparizou, a turca Sertab Erener e Charlotte Perrelli, da Suécia. No segundo, Petra Mede, anfitriã do concurso com a actriz Malin Åkerman, interpretou uma canção paródica, com a ajuda de Lynda Woodruff e o grupo Käärijä, sobre a relação entre a Suécia e a Eurovisão, que até gozou com o carácter "apolítico" da competição.

Antes, num segmento de homenagem a Jahn Teigen, concorrente repetente norueguês que viveu os últimos anos na Suécia e morreu em 2020, que foi também dedicado a canções que, como uma dele, ficaram em último lugar, Mede fez uma piada sobre os membros do público, dizendo que se estes soubessem cantar as letras das canções, eram "verdadeiros homossexuais, perdão, fãs da Eurovisão". No fim, actuaram os concorrentes suecos de 1984, os irmãos The Herreys.

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