A quantidade de água das cheias devastadoras que estão a afectar o sul do Brasil é visível numa imagem de satélite divulgada nesta terça-feira pelo programa de observação da Terra da União Europeia, o Copérnico. Segundo este programa, a imagem tirada a 6 de Maio pelo satélite Sentinela-2 mostra as zonas inundadas em torno de Porto Alegre.
As inundações no estado brasileiro do Rio Grande do Sul causaram a morte a mais de 80 pessoas, havendo ainda dezenas de pessoas feridas e desaparecidas. Mais de 120 mil pessoas estão desalojadas.
Segundo as informações divulgadas pela Defesa Civil do Rio Grande do sul, citadas pela Lusa, as inundações afectaram mais de 850 mil pessoas que vivem em 345 dos 496 municípios do estado que, segundo as autoridades locais, registaram algum tipo de problema causado pela chuva desde o início da semana passada.
As inundações destruíram estradas e pontes em várias regiões do estado. A tempestade também provocou deslizamentos de terra e o colapso parcial de uma barragem de uma pequena central hidroeléctrica. O governo regional do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, situação reconhecida pelo Governo central. Segundos os meios de comunicação brasileiros, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, recomendou aos moradores dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus que deixem a região. O aviso foi feito na tarde de segunda-feira, após a água começar a subir no local.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viajou no domingo ao Rio Grande do Sul, a sua segunda visita à região desde o início das cheias, acompanhado da maior parte do Governo (incluindo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva) e prometeu que não haverá entraves burocráticos ao envio de ajuda.
Este estado brasileiro tem uma população de 11 milhões de pessoas e tem sido afectado por eventos meteorológicos extremos, que são amplificados pelas alterações climáticas e pelo fenómeno climático El Niño.