Lucro trimestral da Galp sobe 35%, para 337 milhões

Facturação desceu 1%, assim como a margem de refinação, mas a área de exploração e produção impulsionou as contas do primeiro trimestre do ano.

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Galp apresentou novo trimestre marcado pelos lucros Daniel Rocha (arquivo)
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Uma semana depois de revelar uma "importante descoberta comercial" devido ao potencial de exploração petrolífera na Namíbia, a Galp anuncia que começou o ano de 2024 com lucros de 337 milhões de euros no primeiro trimestre. É um resultado 35% acima dos 250 milhões de euros do período homólogo e quase 19% mais do que os 284 milhões do trimestre final de 2023.

Estes valores são reexpressos pela Galp em custos de substituição e ajustados, um método de avaliação que não faz parte das normas contabilísticas internacionais e que exclui, por exemplo, efeitos extraordinários ou resultados de activos detidos para venda e todos os itens que a empresa considera não reflectirem o desempenho operacional.

Sem estas modificações, o resultado contabilístico da petrolífera indica um lucro de 374 milhões de euros, mais 6% do que os 352 milhões do primeiro trimestre de 2023 e mais 11% do que os 336 milhões do último trimestre do mesmo ano.

Os resultados de Janeiro a Março foram divulgados em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Os responsáveis justificam os números com "um sólido desempenho" na exploração e produção de produtos energéticos e na refinação, além de uma "contribuição das actividades de gestão de energia”.

A margem de refinação baixou de 14,3 dólares de há um ano para 12 dólares por barril (11,18 euros, aproximadamente). As vendas também recuaram 5%, em termos homólogos, "reflectindo um ambiente de negócios mais pressionado, nomeadamente em alguns segmentos em Espanha". Já as vendas de gás natural subiram 12% e as vendas de electricidade também cresceram, neste caso, 82%.

Nas renováveis, a geração de energia recuou 10% e o preço caiu 48%. Isto deve-se, segundo a empresa, a menos exposição solar na Península Ibérica durante o período considerado e também a "um ambiente de preços mais baixos" na energia em Portugal e Espanha.

Em termos globais, a facturação caiu 1%, em termos homólogos, para 5075 milhões de euros. Numa base contabilística segundo as normas (sem os ajustamentos que a empresa decidiu fazer), a receita foi de 4957 milhões de euros (-2% em termos homólogos)

A empresa contabiliza 350 milhões em impostos, o que traduz uma descida de 10% face ao mesmo período do ano passado, com uma "taxa implícita de 47% e incluindo 45 milhões em taxas extraordinárias na Península Ibérica".

O investimento ascendeu a 311 milhões de euros, dos quais 77% foram para a área de negócios de exploração e produção de produtos. O campo de Mopane, na Namíbia, em que a Galp tem uma participação de 80%, absorveu cerca de um terço desse investimento trimestral.

“Na Namíbia, juntamente com os nossos dois parceiros locais, Namcor e Custos, reduzimos significativamente o risco do complexo de Mopane depois de concluirmos os primeiros dois poços e o DST em Mopane 1X. Encontrámos colunas significativas de petróleo leve em condições de reservatório de alta qualidade, colocando Mopane como uma potencial grande descoberta comercial”, lembrou, no comunicado, o presidente executivo da Galp, Filipe Silva. "Isto deverá apoiar o perfil de crescimento da Galp nas próximas décadas”, conclui.

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