Enoturismo no Alentejo cresce 27% em 2023. Portugueses são os que mais visitam região

O enoturismo no Alentejo cresceu 27% no ano passado, face a 2022. Portugueses são os que mais visitam adegas e herdades da região, seguindo-se os visitantes brasileiros e norte-americanos.

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Espaços de enoturismo como este, do produtor Mainova, estão a atrair cada vez mais turistas ao Alentejo Mário Cruz
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A relevação é feita, esta segunda-feira, pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Em comunicado enviado às redacções, este organismo diz que o enoturismo no Alentejo cresceu 27% no ano passado, face a 2022. Os portugueses são os que mais visitam as adegas e herdades da região, seguindo-se os turistas brasileiros e norte-americanos.

"O enoturismo é uma referência para o turismo no Alentejo, que potencia não só a vinda de turistas à região como contribui para a dinamização da economia alentejana", justifica o presidente da CVRA, citado na mesma nota. Lembra Francisco Mateus que, no Alentejo, "a tradição vitivinícola é milenar" e que os vinhos produzidos são "de qualidade e reconhecidos internacionalmente".

São vários e "diversificados" os programas de enoturismo na região e isso tem atraído cada vez mais gente interessada em "conhecer a região, a cultura, a gastronomia e as gentes alentejanas".

Contactada pela agência Lusa, fonte da CVRA esclarece que, em termos absolutos, no ano passado, o enoturismo no Alentejo registou um total de 160.148 visitantes, quando, no ano anterior, havia recebido 126.030 visitantes. O que significa que houve mais 34.118 turistas a procuraram programas vínicos na região em 2023, face a 2022.

De acordo com os dados recolhidos pela CVRA, "o mercado nacional lidera o ranking de visitantes, representando 50% do total de interessados" pelos Vinhos do Alentejo.

Além do "top 3", que aos portugueses junta turistas oriundos do Brasil e dos Estados Unidos da América (EUA), outros países "têm vindo a registar um crescimento assinalável" no que respeita às unidades de enoturismo na região.

São os casos da Suíça, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido, indica a comissão vitivinícola, salientando ainda que "o Canadá foi a nacionalidade que registou um maior aumento, na ordem dos 75%".

"Entre os diferentes programas vínicos, destacam-se as visitas guiadas às vinhas, às adegas e às caves, as provas de vinhos, os workshops e cursos vínicos, as sessões de vinoterapia, os passeios a pé, de bicicleta e até a cavalo pelas vinhas", detalha a CVRA.

De entre os diferentes itinerários disponíveis nos três distritos alentejanos — Rota de São Mamede (Portalegre), Rota Histórica (Évora) e Rota do Guadiana (Beja) —, "a Rota Histórica é a que apresenta o número mais elevado" de turistas, segundo a CVRA, que revelou ainda que "a Rota do Guadiana foi a que apresentou um maior crescimento (+44%) face ao ano anterior".

De acordo com a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, os dados recolhidos "reportam-se a uma análise aos enoturismos aderentes à Rota dos Vinhos do Alentejo e o inquérito aplicado obteve uma taxa de resposta de 92%".

A CVRA, criada em 1989, é responsável pela protecção e defesa da Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo e da Indicação Geográfica (IG) Alentejano, certificação e controlo da origem e qualidade, promoção e fomento da sustentabilidade.

O Alentejo, com 23.300 hectares de vinha e reconhecido como uma das duas únicas regiões do mundo que produz vinho de talha ininterruptamente há mais de 2.000 anos, é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal.

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