Compromisso com a liberdade
Aproveitemos os 50 anos do 25 de Abril para reafirmarmos também o compromisso com o regime democrático, que exige uma postura de diálogo entre as forças moderadas.
Celebrar os cinquenta anos do 25 de Abril não pode ser senão uma data que nos una em torno do que é mais fundamental: A liberdade de nos exprimirmos nas nossas diferenças. A liberdade de, com respeito, exprimirmos os nossos pensamentos e a nossa identidade.
A liberdade, tão central para a nossa felicidade, de podermos viver de acordo com o que pensamos. A liberdade de vivermos sem a imposição de uma diferença entre os nossos pensamentos e a nossa ação, e que será, possivelmente, a maior conquista de abril de 74 e novembro de 75.
Mas não podemos, em consciência, celebrar o 25 de Abril sem pensar nas liberdades concretas que são ainda hoje negadas aos portugueses, fruto de escolhas políticas que limitaram o seu acesso a melhores serviços de saúde, escolas a funcionar e com professores a tempo e horas, e uma carga fiscal que lhes reduz a sua liberdade nas suas escolhas e a sua qualidade de vida, condicionados no acesso à habitação, condição para desenvolvimento de um projeto vida.
Devemos antes utilizar estas dificuldades para nos motivarem e, qual contrapeso de uma catapulta, aproveitar estes obstáculos para projetarmos o Portugal que queremos.
Por outro lado, cabe particularmente à classe política criar as condições para que o país se desenvolva mais rapidamente, para que os cidadãos sejam capazes de desenvolver os seus projetos de vida. Só assim combatemos eficazmente os populistas que, sem soluções, nada mais fazem que atacar a democracia, as instituições e fragilizar as condições políticas para um debate saudável e construtivo. Um populismo, de esquerda e de direita, que vive das notícias falsas, das meias-verdades e das mentiras completas.
Aqui, na social-democracia, somos claros: celebrar a liberdade e a democracia não se compadece com fragilizar o Estado de Direito, a restrição de direitos, liberdades e garantias.
A Europa sofre hoje com novos laivos de iliberalismo, com o autoritarismo, com os ataques ao Estado de Direito. Os povos europeus parecem, também fruto da incapacidade das democracias e dos moderados garantirem melhores condições de vida, serem seduzidos por um obscurantismo que se materializa numa reversão de liberdades, até algo despótica (e distópica). Aproveitemos os cinquenta anos do 25 de Abril para, mais uma vez, reafirmarmos sem receio ou tibieza o nosso compromisso com a liberdade, mas também com a vitalidade do regime democrático, que exige uma postura séria de diálogo e de compromisso entre as forças moderadas.
Um feliz 25 de Abril a todos os portugueses.
Os deputados do PSD ao Parlamento Europeu, Lídia Pereira, Carlos Coelho, Ana Miguel dos Santos, Teófilo dos Santos, Vânia Neto, Ricardo Morgado