Ministra promete para 2 de Maio proposta concreta de suplemento para PSP e GNR
Representantes das estruturas da PSP saíram com protocolo de negociações que prevê reuniões a 15 de Maio e a 3 de Junho, caso não haja acordo. Descontente, movimento inorgânico apela a manifestação.
As estruturas da PSP e da GNR saíram esta segunda-feira da reunião com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, com a promessa de que no próximo 2 de Maio o Governo terá uma proposta para apresentar, pese embora a ministra tenha sempre falado em suplemento de risco e não de missão. Na agenda, os dias 15 de Maio e 3 de Junho ficaram assinalados como datas para discutir contrapropostas, caso a decisão que vier a ser anunciada pelo Governo não agrade aos polícias.
No fundo, a reunião desta segunda-feira serviu apenas para que a ministra apresentasse aos representantes das forças de segurança o protocolo de negociações.
Os primeiros a ser recebidos foram os representantes da GNR. Ao PÚBLICO, César Nogueira, presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG), disse que espera que não seja necessário reunir depois de 2 de Maio. Segundo o representante dos guardas, foi explicado à ministra que os militares exigem o mesmo valor do suplemento que é pago à Polícia Judiciária (PJ). “A igualdade é muito fácil de atingir”, sublinhou.
César Nogueira disse ainda que “saiu com a expectativa de que o Governo cumpra com as promessas que fez durante a campanha eleitoral", reiterando que os militares da GNR "nunca vão aceitar ser tratados, mais uma vez, como polícias de segunda”.
“A ministra manifestou intenção de cumprir e disse que não seriamos prejudicados, mas temos de esperar para ver”, afirmou, sublinhando que o que os militares da GNR pedem é que o actual suplemento da força de segurança e risco, que tem uma componente fixa de 100 euros e outra variável de 20% do ordenado, seja substituído pelo suplemento de missão, que deve ser de 15% do vencimento base do que está estipulado para o director nacional da PJ, totalizando 1026 euros.
Neste encontro, além da APG, estiveram também a Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG), a Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), Associação Nacional Autónoma da Guarda (ANAG) e Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG).
Já Armando Ferreira, do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), relatou ao PÚBLICO que a ministra começou por dizer que estava de "boa-fé" e que iria haver de facto aumento "no suplemento de risco" dos polícias. Segundo Armando Ferreira, a governante tentou introduzir outros temas, como a flexibilidade de horários, mas os sindicatos da PSP explicaram que o prioritário, neste momento, era o suplemento. "Voltámos a explicar porque é que o suplemento tem de ser igual e porque é que o valor da vida não pode ter compensações diferenciadas consoante o tipo de polícia a que se pertence", sublinhou.
Na reunião, além do SINAPOL, estiveram também a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) , o Sindicato Independente dos Agentes de Polícia, o Sindicato dos Profissionais de Polícia, o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes e o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia.
Depois das duas reuniões, a ministra falou aos jornalistas sublinhando apenas que está a ser feito "um trabalho muito árduo no sentido de ser apresentada uma proposta aos sindicatos com todas as condições e aquilo que entendem ser a satisfação para todos os profissionais das polícias".
Porém, nas redes sociais o descontentamento foi evidente. O movimento inorgânico fixou uma mensagem: “Mais uma vez recebemos nada além de promessas vazias e adiamentos infindáveis. Chegou ao fim qualquer “negociação” sobre aquilo que é um direito garantido e inegociável”. Ao mesmo tempo foi exibido um cartaz que incentiva os agentes a marcar presença na manifestação no dia 25 de Abril, em frente ao Parlamento.