PS reúne-se com o Bloco nesta terça-feira para discutir alinhamentos à esquerda
Iniciativa partiu de Mariana Mortágua, logo a seguir às eleições de 10 de Março, em que a direita teve maioria absoluta.
Um mês depois de o Bloco de Esquerda ter conseguido reunir-se com o PAN, o Livre e o PCP, Mariana Mortágua vai finalmente fechar o périplo pelas sedes dos partidos à esquerda: o encontro com o secretário-geral do PS está marcado para esta terça-feira, às 10h, na sede socialista no Largo do Rato.
O Bloco de Esquerda anunciou que a coordenadora, Mariana Mortágua, dará uma conferência de imprensa pelas 12h30 na sede do partido para fazer um balanço das conclusões da ronda de encontros com "os partidos de esquerda e ecologistas".
A reunião com os socialistas foi sendo adiada por Pedro Nuno Santos, que a havia remetido para depois da discussão do Programa do Governo, que aconteceu há duas semanas, e depois houve alguma dificuldade de acerto de agendas entre as lideranças dos dois partidos.
No encontro com o PCP, cuja comitiva foi liderada pelo secretário-geral Paulo Raimundo e pela líder parlamentar Paula Santos, os dois partidos assinalaram convergências na rejeição do programa do PSD, no reconhecimento do Estado da Palestina, na não-reabertura da revisão constitucional, assim como na defesa dos salários, do direito à habitação e dos serviços públicos, mas também no reforço das manifestações do 25 de Abril e do 1 de Maio.
Os dois partidos, que durante largos anos mantiveram uma relação tensa no Parlamento – recorde-se que em 2015 fizeram questão de assinar em separado os acordos com o PS – prometeram "reforçar o diálogo e construir grandes mobilizações populares", descreveu, no final do encontro, o Bloco de Esquerda.
Já na reunião de duas horas do Bloco com o Livre, parecem também ter sido saradas feridas antigas – Rui Tavares foi eurodeputado eleito pelo Bloco e deixou o partido em ruptura com Francisco Louçã. Os dois partidos concordaram em começar a agendar reuniões entre os líderes parlamentares das suas bancadas, admitiram promover um diálogo forte "dentro e fora da Assembleia da República" e até já falavam em apresentar iniciativas conjuntas.
Na reunião com o PAN, os dois partidos concordaram em manter uma “porta aberta para o diálogo” sobretudo para garantir que não há “recuos” no que toca à eutanásia, ao aborto, ao bem-estar animal ou ao clima – Inês de Sousa Real e Mariana Mortágua até se mostraram disponíveis para apresentar projectos comuns no Parlamento para o conseguir.