Winepedia. O ChatGPT dos vinhos foi criado em Portugal

A plataforma online de Inteligência Artificial responde a dúvidas sobre o mundo dos vinhos e quer aumentar a competitividade portuguesa no sector e democratizar o acesso à informação.

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Ivano Barbato e Pedro Guerreiro são os criadores da Winepedia João Guerreiro
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O italiano Ivano Barbato, especialista em Inteligência Artificial e em Cibersegurança, e o português Pedro Guerreiro, professor e gestor ligado ao sector vitivinícola, são os responsáveis pela Winepedia, uma plataforma online dedicada aos vinhos. Lançada esta fim-de-semana e disponível em winepedia.io, a plataforma tira dúvidas em qualquer idioma sobre o sector vitivinícola e reúne uma vasta informação sobre vinhos portugueses.

Quando estava de férias na ilha do Sal, em Cabo Verde, Ivano Barbato, italiano a viver em Portugal há mais de 20 anos, testou a sua “máquina”, como chama à recém-lançada Winepedia. “Fiz uma pergunta sobre que vinho local poderia tomar”, começa o especialista em Cibersegurança. “E a máquina respondeu-me: vinho [da ilha] do Fogo.” A resposta não lhe chegou e fez uma nova pergunta. “Pedi uma marca e a máquina deu-me.”

É através de um diálogo pergunta-resposta, como em plataformas mais conhecidas de Inteligência Artificial como o ChatGPT, que a Winepedia interage com os seus utilizadores, qualquer pessoa com acesso à internet que queira tirar uma dúvida sobre vinhos. "A nossa plataforma interage com o utilizador, que pode ser amador, um simples interessado, ou um especialista [em vinhos], com respostas que simulam as de um humano, mas que conseguem verificar uma quantidade quase infinita de parâmetros”, explica Ivano.

As perguntas, “em qualquer idioma”, podem ser sobre qualquer tema relacionado com vinhos. Por exemplo, uma sugestão de um vinho para harmonizar com determinado prato. Se um consumidor ou investidor estrangeiro procurar essa informação noutra plataforma, “a resposta será com castas que não as portuguesas, como um Alvarinho ou um Touriga Nacional”, afirma Pedro Guerreiro, o outro fundador da Winepedia, professor de Estratégia, Marketing e Vinhos no Instituto Superior de Administração e Gestão. “Ao sermos nós, portugueses, a trabalharmos esta componente tecnológica e a introduzirmos esta plataforma, estamos a assegurar que a cultura vitivinícola portuguesa tem espaço no sector mundial”, continua.

Para Pedro Guerreiro, uma das grandes mais-valias da plataforma é precisamente assegurar que este sector do vinho, habitualmente “mais tradicional”, acompanha as transformações tecnológicos e continua “a ser competitivo”. “Fomos os primeiros a introduzir informação que vai ser usada por outras plataformas [digitais]”, explica. “Por sermos pioneiros, garantimos que temos sempre um lugar na informação que vai ser recolhida em qualquer parte do mundo, que as regiões vitivinícolas, que as nossas castas, que a nossa experiência portuguesa, não se vai perder no que for o trabalho tecnológico feito noutros países.”

Testámos a Winepedia em inglês, pesquisando pelas casta portuguesa "Arinto"
E depois, já em português, e colocando uma pergunta completa, inquirimos a ferramenta dos investigadores Ivano Barbato e Pedro Guerreiro sobre a variedade tinta Baga
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Testámos a Winepedia em inglês, pesquisando pelas casta portuguesa "Arinto"

O que difere a Winepedia de outras plataformas é, segundo os investigadores, a “verificação das fontes de informação”, a garantir “segurança na informação que a plataforma gera”, continua Pedro. “Consegue encontrar informação que está na web, mas na hora de verificar informação recorre ao chamado knowledge base, conhecimento de livros especializados, artigos [científicos], trabalhos feitos durante vidas inteiras”, explica Ivano.

A Winepedia tem uma quantidade de informação “enorme”, diz Pedro. No entanto, está preparada para evoluções. “Temos fórmulas para o caso de haver alguma não-informação sermos notificados e trabalharmos o upgrade da máquina também”, explica o professor.

O objectivo principal é democratizar o acesso à informação e servir não só grandes produtores como o “pequeno produtor perdido no meio da serra”, sublinha Pedro. É por isso que, apesar de não ter tido nenhum financiamento, garantem, a plataforma é totalmente gratuita para os utilizadores.

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