Polícia diz que o suspeito do tiroteio em escola finlandesa era alvo de bullying
Declarações do rapaz de 12 anos suspeito do ataque com arma de fogo que matou uma criança e feriu gravemente outras duas numa escola primária em Vantaa confirmam inquérito preliminar das autoridades.
A polícia finlandesa revelou na quarta-feira que o rapaz de 12 anos suspeito de ter matado um colega e de ter ferido outras duas crianças com um revólver numa escola primária em Vantaa, na véspera, era alvo de bullying e aponta essa situação como a principal motivação para o ataque.
Citado pela Reuters, o detective inspector chefe Marko Sarkka, que lidera a investigação, afirmou: “Descobrimos hoje [quarta-feira] que houve bullying por detrás da tragédia”.
Transferido no início deste ano para a escola Viertola, com cerca de 800 alunos, localizada nos arredores da capital, Helsínquia, o suspeito disse às autoridades que era alvo de intimidação por parte dos novos colegas, denúncia que a polícia já tinha suspeitado como sendo muito provável, no inquérito preliminar que fez sobre o tiroteio.
Sarkka não ofereceu mais pormenores sobre esta questão do bullying, mas informou que a investigação sobre a forma como o menor de idade teve acesso ao revólver utilizado no ataque – alegadamente pertencente a um familiar – está a ser tratada como um crime separado, no âmbito da legislação finlandesa sobre uso e posse de armas.
O inspector acrescentou ainda que o suspeito ameaçou mais alunos com a arma depois de ter disparado contra as vítimas e disse que todas essas ameaças também estão a ser investigadas.
O assédio e a perseguição em ambiente escolar são muitas vezes associados a actos de violência extrema levados a cabo por menores de idade, ainda que haja poucos casos que resultem em ataques mortais.
A Reuters cita um estudo do instituto de Saúde Pública da Finlândia, THL, que regista um aumento dos casos de bullying no país envolvendo crianças com idades próximas dos 12 anos. De acordo com o estudo, referente a 2023, 8,6% dos alunos nestas idades diz que é alvo de assédio dos colegas pelo menos uma vez por semana – em 2019, a percentagem era de 7,2%.
A vítima mortal do tiroteio de terça-feira era um rapaz. Segundo a polícia, as duas crianças feridas são raparigas e estão hospitalizadas em estado grave. As três vítimas têm nacionalidade finlandesa e uma das crianças feridas também tem nacionalidade kosovar.
Quarta-feira foi dia de luto nacional em todo o país, decretado pelo Governo. Todas as instituições e edifícios públicos puseram as respectivas bandeiras da Finlândia a meia haste e nas imediações da escola onde a tragédia teve lugar foram depositadas flores e velas, em homenagem às vítimas.