Fernando Alexandre: o ministro que antes de o ser já é contestado
O titular da pasta da Educação é, historicamente, um dos lugares mais contestados do Governo. O novo ministro arrisca não ter estado de graça.
O novo ministro da Educação ainda não tomou posse e já está debaixo de críticas dos sindicatos e associações estudantis. Logo após o seu nome ser conhecido, a Fenprof afirmou temer que o novo ministro traga uma “perspectiva economicista” para responder aos problemas da educação enquanto o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) lamentou que a Educação, Ciência e Ensino Superior voltem a estar sob a mesma tutela e teme que o sector seja desvalorizado. Preocupação partilhada pelos estudantes: em comunicado, mais de 20 federações e associações académicas manifestaram "o seu veemente repúdio pela decisão" de juntar as três pastas num "super-Ministério".
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou temer que o novo ministro traga uma “perspectiva economicista” para responder aos problemas. "Aquilo de que educação menos precisa é de ser gerida por políticas economicistas, de liberalização", disse à Lusa, receando que, com Alexandre, vingue “a ideia de que a escassez de recursos humanos, nomeadamente professores, não se resolve com a valorização da profissão, mas com manobras de gestão".
Embora lhe reconheça "um currículo riquíssimo" e tenha dado o benefício da dúvida até conhecer os secretários de Estado, o líder da Federação Nacional da Educação (FNE) não escondeu a surpresa e anunciou que logo no dia da tomada de posse enviará um pedido de reunião "com carácter de urgência" para apresentar as reivindicações da federação.
Por seu lado, o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) lamentou que a Educação, Ciência e Ensino Superior voltem a estar sob a mesma tutela e teme que o sector seja desvalorizado, preocupação partilhada pelos estudantes. "Do ponto de vista político, este é um sinal que nos preocupa porque, mesmo que as coisas venham a correr bem, no Conselho de Ministros o sector perdeu, de facto, peso", disse à Lusa José Moreira.
A preocupação é partilhada pelos estudantes. Num comunicado enviado às redacções pouco depois de divulgada a lista de ministros do XXIV Governo Constitucional, mais de 20 federações e associações académicas manifestaram "o seu veemente repúdio pela decisão" de juntar as três pastas num "super-Ministério".
Também a Juventude Comunista Portuguesa (JCP) criticou a opção de juntar as pastas da educação e ensino superior no mesmo ministério e acusou o executivo de querer "mercantilizar o ensino". Com Lusa