Hermès é processada por dificultar a compra de uma mala Birkin

Alegadamente, os vendedores norte-americanos da empresa obrigam os clientes a comprar sapatos, lenços, jóias e outros artigos para terem a oportunidade de adquirir uma Birkin.

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O modelo Birkin foi assim baptizado numa homenagem à actriz Jane Birkin Reuters/Roselle Chen
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A casa de luxo francesa Hermès foi processada na Califórnia por alegações de que permite ilegalmente que apenas clientes com "histórico de compras suficiente" com a empresa comprem as suas famosas malas Birkin. A Hermès está a violar a lei da concorrência ao "vincular" a venda de um artigo à compra de outro, alegaram dois residentes da Califórnia na acção colectiva federal proposta na terça-feira em São Francisco.

Alegadamente, os vendedores da empresa obrigam os clientes a comprar sapatos, lenços, jóias e outros artigos para terem a oportunidade de adquirir uma Birkin, segundo a acção judicial. A Hermès e os advogados dos queixosos não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.

A acção judicial apelida as malas Birkin, há muito vistas como um símbolo de status, um "ícone da moda". E, segundo a queixa, os consumidores não podem comprar uma Birkin online, no site da Hermès. As malas de couro, que são feitas à mão e podem custar milhares de euros, não estão expostas para venda nas lojas da marca. "Tipicamente, apenas os consumidores que são considerados dignos de comprar uma Birkin recebem-na (numa sala privada)", continua a acção judicial.

Segundo a denúncia, os vendedores associados da Hermès não ganham comissões sobre as vendas das malas e são instruídos a usar as Birkin "como forma de convencer os consumidores a comprar produtos auxiliares". Os queixosos pretendem obter uma indemnização monetária não especificada e uma ordem judicial que proíba as práticas alegadamente anticoncorrenciais da marca.

A acção judicial dizia que pretendia obter o estatuto de acção colectiva para milhares de consumidores americanos que compraram produtos Hermès ou a quem foi pedido que os comprassem para adquirir uma Birkin. A Hermès tem cerca de 43 lojas nos Estados Unidos, incluindo oito na Califórnia. Por cá, a casa francesa tem uma única loja, no Chiado, em Lisboa, desde Março de 2001.

No início de Fevereiro, a Hermès anunciou que aumentará os preços este ano, depois de as vendas terem disparado 17,5% no quarto trimestre de 2023. A marca tornou-se uma das empresas mais consistentes da indústria de bens de luxo graças ao seu design clássico e à gestão cuidadosa da produção e dos stocks, o que ajuda a manter a sua aura de exclusividade.