Partidos dos Países Baixos concordam em formar um governo de tecnocratas
Os quatro partidos envolvidos nas negociações aceitam futuro governo extra-parlamentar depois de Geert Wilders não ter obtido apoio suficiente para assumir o cargo de primeiro-ministro.
Os quatro partidos políticos dos Países Baixos disponíveis para a formação de um governo retomarão as negociações para a criação de uma coligação após o líder de extrema-direita Geert Wilders, que venceu as eleições há quatro meses, reconhecer que não tinha apoio suficiente para assumir o cargo de primeiro-ministro.
O nacionalista Partido da Liberdade (PVV) de Wilders foi o claro vencedor das eleições de 22 de Novembro, mas o mesmo não conseguiu viabilizar um governo liderado por si, já que sua retórica anti-Islão e anti-União Europeia continuou a ser um obstáculo para os seus potenciais parceiros.
Nesta quarta-feira, Wilders disse estar pronto a renunciar ao cargo de primeiro-ministro, reconhecendo que não tinha o apoio de todos os partidos numa possível coligação: “Só posso tornar-me primeiro-ministro se todos os partidos da coligação me apoiarem. Este não foi o caso”, disse Wilders na rede social X, quase quatro meses após as eleições. Esta quinta-feira, reconheceu que apenas a líder populista do BBB, Caroline van der Plas, tinha apoiado totalmente as suas ambições.
As conversas entre o PVV, o centro-direita VVD e o NSC e o partido de protesto dos agricultores BBB vão concentrar-se agora na tentativa de alcançar um acordo à volta de um governo tecnocrático com laços mais ténues com os partidos no parlamento, disse Kim Putters, o intermediário que lidera as negociações esta quinta-feira, citado pela agência Reuters.
O antigo senador socialista, que supervisiona as conversações, disse que estas iriam continuar com base num governo de veteranos políticos e de peritos externos, o que significa um executivo “extra-parlamentar”, segundo o The Guardian, mas com a anuência dos quatro partidos envolvidos nas negociações infrutíferas.
Putters afirmou que a intenção é “procurar uma divisão de, por exemplo, 50% de pessoas com ligações políticas e 50% de pessoas de fora”.
O actual primeiro-ministro Mark Rutte mantém-se no cargo enquanto se aguarda a formação de um novo governo e o seu nome é apresentado como o favorito para liderar a NATO. Rutte tem o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha e a a contestação húngara.