Aliado de Navalny agredido com martelo na Lituânia
Leonid Volkov era considerado o braço direito de Navalny. Horas antes do ataque, tinha dito que temia pela sua segurança e dos outros membros da fundação anti-corrupção em Vilnius.
Leonid Volkov, aliado de longa data do opositor russo Alexei Navalny, que morreu numa prisão no Árctico, prometeu continuar o seu trabalho depois de um “olá típico de bandido” que atribuiu ao Presidente russo, Vladimir Putin: um ataque à porta de sua casa, em Vilnius, com um martelo, que o deixou com um braço partido, contou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, declarou-se chocado e prometeu que as autoridades tudo fariam para encontrar o agressor.
Volkov foi visto num hospital depois do ataque, que aconteceu pelas 22h horas locais, e teve alta pouco depois. “O homem atacou-me no quintal, atingiu-me na perna umas 15 vezes. A perna está, de algum modo, bem. No entanto, parti o braço”, descreveu Volkov no seu canal no Telegram.
Mas prometeu continuar: “Vamos trabalhar e não vamos desistir”.
Poucas horas antes de ser atacado, Volkov disse ao site independente russo Meduza que estava preocupado pela sua segurança após a morte de Navanly. “O maior risco agora é que todos sejamos mortos. A razão é óbvia”, declarou.
Volkov é uma das figuras mais importantes da oposição e era próximo de Navalny, tendo sido o seu chefe de gabinete e liderado a sua fundação anti-corrupção até 2023.
Uma grande parte dos membros da fundação anti-corrupção vive na Lituânia, depois de as autoridades russas terem classificado os grupos de Navalny como “extremistas” em 2021 e terem condenado a maioria dos seus aliados, que enfrentariam longas penas de prisão se regressassem à Rússia.
Volkov tinha apelado recentemente a um protesto contra as eleições em que o Presidente, Vladimir Putin, concorre sem oposição.
No ano passado, a polícia de Berlim abriu uma investigação ao que se suspeita ter sido o envenenamento de duas jornalistas independentes que estiveram na cidade para uma conferência organizada pelo crítico do Kremlin Mikhail Khodorkovsky.