Chega ultrapassa AD em Beja e CDU fica sem eleger no distrito pela primeira vez

CDU cai de segundo para quarto lugar no distrito de Beja. Nas legislativas de 2022, Chega tinha conseguido 6932 votos, o que significa que o partido mais que duplicou os seus resultados.

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É a primeira vez que a CDU não elege em Beja Nelson Garrido
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Já com a contagem terminada no distrito de Beja, o Chega conseguiu ultrapassar a Aliança Democrática e tornar-se na segunda maior força partidária. Os resultados das 75 freguesias deste distrito alentejano mostram que o partido de extrema-direita alcançou 16.595 votos (21,55% dos votos) e conseguiu eleger Diva Ribeiro como deputada, actual coordenadora da concelhia de Beja do partido e presidente da mesa distrital.

Nas eleições legislativas de 2022, o Chega tinha conseguido 6932 votos, o que significa que o partido mais que duplicou os seus resultados nestas eleições.

Os três deputados eleitos pelo distrito de Beja dividem-se entre o PS (um mandato), que venceu com 31,70% dos votos (24.408), o Chega (um mandato) e a AD (16,74%, 12.890 votos).

A CDU, que tinha sido a segunda força mais votada nas últimas legislativas, em 2022, perde o seu mandato para o partido de André Ventura e não elege ninguém pela primeira vez. A coligação liderada pelo PCP alcançou apenas 15% dos votos (11.570 no total).

No total, 76.994 pessoas exerceram o seu direito de voto em Beja, entre 119.102 inscritos nos cadernos eleitorais. O quarto partido mais votado foi o Bloco de Esquerda (4,41%), que alcançou um total de 3393 votos.

Os comunistas perderam para os socialistas os concelhos de Serpa e Avis e a freguesia de Baleizão, os derradeiros baluartes que resistiam do Alentejo vermelho.

Alguns dos velhos militantes comunistas com quem o PÚBLICO foi dialogando ao longo das últimas semanas já admitiam a perda do único deputado que o PCP mantinha no Alentejo, embora a esperança para uns e a fé para outros fosse “a última coisa a perder”. O cansaço e o desencanto eram patentes e um deles não escondeu as lágrimas ao prever o desenlace que se consumou na noite do dia 10 de Março.

Nem Baleizão escapou à hecatombe que representa para o PCP o resultado das últimas legislativas, com o PS a liderar as opções de uma comunidade que ainda faz questão de reavivar um mural mesmo à entrada da freguesia que vinca Catarina Eufémia como militante comunista. O Chega obteve nesta freguesia do concelho de Beja o 3º lugar com 108 votos, quando em 2022 tinha somado 33.

E Serpa juntamente com Avis, os únicos concelhos onde os comunistas eram a força maioritária, mudaram de cor. Agora são os socialistas a merecer as preferências dos eleitores. Espera-se pelas autárquicas para se confirmar se este sinal se mantém.

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