Lista de André Villas-Boas acusa SAD de “cosmética contabilística” na reavaliação do Dragão

Relatório e contas da SAD analisado esta terça-feira pelo candidato a administrador financeiro, José Pereira da Costa. Lista de Villas-Boas volta a mostrar preocupação com gestão financeira do clube.

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André Villas-Boas é candidato à presidência do FC Porto LUSA/JOSÉ COELHO
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Para a lista de André Villas-Boas, a operação de reavaliação do Estádio do Dragão, que permitiu levar para terrenos quase positivos os capitais próprios do clube, não passa de uma acção de "cosmética contabilística" que terá repercussões nefastas no futuro. Na tarde desta terça-feira, o candidato a administrador financeiro, José Pereira da Costa, analisou o recente relatório e contas da SAD portista do primeiro semestre do exercício 2023-24, voltando a apontar o dedo à gestão do FC Porto, a cerca de mês e meio das eleições.

"É uma operação meramente contabilística, não há entrada de dinheiro na sociedade e não altera em nada aquilo que foram os resultados líquidos acumulados dos últimos dez anos, os 250 milhões de euros negativos. Não altera também em nada o que foi a dívida financeira acumulada na última década, também acima dos 200 milhões de euros. Depois desta reavaliação, o passivo e a dívida ficam iguais", analisa o ex-administrador da NOS.

No relatório e contas apresentado a 19 de Fevereiro, a SAD portista anunciou um aumento em 148 milhões de euros do valor do activo face aos números registados a 30 de Junho de 2023. Como principal justificação, os gestores apontaram para uma avaliação ao "valor de mercado" aos fluxos de dinheiro gerados pelo Estádio do Dragão. Esta avaliação terá sido feita pela Crowe, uma "conceituada empresa internacional".

Recuando à época 2014-15, o candidato a administrador relembra que também já nessa altura a direcção tinha adoptado uma medida que permitisse a recuperação contabilística dos capitais próprios. Mas essa estratégia, detalha, não teve resultados sólidos a médio prazo: “Nessa altura foi a incorporação dos 47% da Euroantas na SAD. Permitiu atingir capitais próprios positivos. Infelizmente, a história veio a mostrar que estes capitais próprios positivos duraram apenas dois anos."

Recuperando os dados financeiros dos rivais mais directos, Benfica e Sporting, a lista de André Villas-Boas aponta uma disparidade no aproveitamento do dinheiro gerado com a transacção de passes de jogadores. Para José Pereira da Costa, há ainda a necessidade de o FC Porto ser "muito mais criterioso" com a remuneração fixa da administração, reservando bónus apenas "para anos excepcionais de performance desportiva e financeira" – com o estabelecimento de tectos máximos.

Por último, foi abordado o anúncio de uma parceria com uma "reputada empresa internacional", vertida na presença minoritária numa das empresas com os direitos comerciais do grupo FC Porto. Esta operação permitirá o encaixe de um montante entre os 60 e os 70 milhões de euros. O administrador apontado por André Villas-Boas diz que o impacto desta operação, decidida na recta final do mandato de Pinto da Costa, irá afectar os próximos 25 anos de gestão, criticando o timing da decisão.

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