Entre o comboio e os tijolos, cresce o apelo aos indecisos para o voto útil no PS
Pedro Nuno Santos andou na linha do Douro, esteve no bairro de pescadores da Afurada e insiste nas diferenças do “nós e eles” para falar aos indecisos.
Foi novamente dia de obras na campanha de Pedro Nuno, de manhã de comboio, à tarde de pé no cimento da construção de casas. E de duas arruadas para mostrar a força da mobilização dos socialistas. Pelo meio, cresce o apelo ao voto, com a bipolarização entre PS e AD.
"Quem quer travar o regresso da direita ao poder e o regresso ao passado deve concentrar o seu voto no PS. Eu apelo a todos indecisos, votem no PS", afirmou o líder do partido durante a viagem entre Marco de Canaveses e a estação portuense de Campanhã, no comboio da linha do Douro que seguia até São Bento. Brincou com os destinos admitindo que em Lisboa, sim, é que quer ir para São Bento (a residência oficial do primeiro-ministro, nas traseiras do Parlamento).
Se em 2022 o PS assentou a estratégia de ataque ao PSD na aproximação deste ao Chega, agora Pedro Nuno parece confiar no “não é não” de Montenegro. E por isso até acredita que não haverá uma maioria à direita que o impeça de governar porque não vê nesse espectro político “unidade” suficiente para tal desde que “o PSD excluiu o Chega”.
Em Ancas, visitou as obras de 16 casas totalmente financiadas pelo PRR e ainda argumentou com uma residente que protestou sobre as obras da linha de alta velocidade dizendo que o transporte ferroviário "é o futuro”, tal como aconteceu quando se construiu a auto-estrada ali ao lado e à qual a população agora pede um acesso directo. “É um dos investimentos mais estruturantes para o desenvolvimento nacional. Temos que tentar articular com o território, cuidar da melhor maneira a protecção ambiental e a defesa das populações, mas sem parar o desenvolvimento nacional."
Na Afurada, ao lado de Rosa Mota, Pedro Nuno Santos recebeu um banho de multidão, como é normal naquele ponto de Vila Nova de Gaia e puxou pelo apoio do povo, dos trabalhadores e dos pescadores.
Em Coimbra, onde realizou nova arruada com a ministra Ana Abrunhosa que lidera a lista pelo distrito, o líder socialista foi recebido, em frente à câmara municipal, por um protesto silencioso de meia centena de elementos da GNR, da PSP e da guarda prisional que, envergando T-shirts pretas onde se lia "abandonados" e "todos juntos somos um", lhe levantaram cartões vermelhos e alguns até viraram as costas. Pedro Nuno acenou-lhes e avançou de passo estugado, sem lhes dirigir palavra. Aos jornalistas disse que terá “oportunidade” de trabalhar com as forças de segurança “para encontrar uma boa solução”.