Chiara Ferragni dá entrevista após a polémica e confirma crise no casamento com Fedez

A influencer italiana afastou os rumores de que a separação do marido, o cantor Fedez, seria uma manobra de relações públicas para desviar atenções da polémica. “Isso seria melhor do que a realidade.”

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Chiara Ferragni no talk-show Che tempo che fa EPA/MOURAD BALTI TOUATI
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Era o momento televisivo que Itália esperava há mais de dois meses. Chiara Ferragni deu uma entrevista em horário nobre neste domingo. Sem revelar grandes detalhes sobre o processo em que é acusada de publicidade enganosa, a influencer de moda confirmou que está a viver uma crise no casamento com o cantor Fedez, sem revelar se estão separados definitivamente. “É um período de crise, como outros que já tivemos no passado. Este é um pouco mais forte. Vamos ver, não sei”, confessou, entre lágrimas.

As lágrimas foram, aliás, o que marcou a reaparição de Chiara Ferragni, que se tem mantido longo dos holofotes, com pequenas declarações feitas através do Instagram — a influencer não esteve nem na Semana da Moda de Milão, nem de Paris, onde era presença frequente. Neste domingo, no talk-show ​de Fabio Fazio Che tempo che fa (Como está o tempo, em português), transmitido pelo canal Nove, a italiana mostrou-se emocionada ainda antes da primeira pergunta, enquanto entrava no estúdio ao som de Shallow de Lady Gaga.

Pode parecer uma música aleatória, mas é a banda sonora do filme Quando Nasce um Estrela, um título atribuído frequentemente a Chiara Ferragni, a primeira das grandes influencers a atingir o estatuto de celebridade mundial. Assumiu-se de “cabeça erguida”, enquanto decorre o processo no Ministério Público, em Milão, onde é acusada de fraude agravada na venda de um pandoro (um bolo de Natal) e já foi sancionada em mais de um milhão de euros por publicidade enganosa, através de duas das suas empresas. “Estou a tremer de medo, estou a chorar e está tudo bem, porque sou real. A perfeição é uma ilusão.”

Tal como numa entrevista que tinha dado ao Corriere della Sera, há duas semanas, e como tem reiterado nos últimos meses, Ferragni voltou a insistir que agiu de “boa-fé” na venda do bolo. Mas não quis falar muito sobre a investigação a decorrer, sobretudo depois de a associação de consumidores Codacons ter tentado impedir a transmissão da entrevista, alegando que pôr Chiara na televisão nacional seria como “uma defesa sem interrogatório”. O Tribunal Administrativo Regional de Lácio rejeitou o pedido.

“Pensei que não tinha feito nada de errado, mas percebi que se as minhas intenções foram mal interpretadas, as coisas poderiam ter sido feitas e escritas melhor. Se eu entendi mal, devolvo tudo”, insistiu. E confessa que o golpe a fez repensar a forma de estar: “Estou a mudar não só na forma de comunicar, mas de viver. Já contei, mas não tudo sobre mim.” Ainda assim, promete, o que os seguidores vêem no Instagram é “autêntico”.

Separação ou manobra de relações públicas?

Foram as redes sociais a alavancar o percurso iniciado no blogue Blonde Salad, mas, nos últimos meses, confessa que se tornaram numa “onda de ódio”, ainda que estivesse “hiper preparada” para este tipo de crise — só no Instagram, tem mais de 29 milhões de seguidores. “As redes sociais são fantásticas, mas tornam-se um pesadelo quando as coisas dão para o torto.”

Em resposta à imprensa italiana, que noticiava que a crise do casamento é uma manobra de relações públicas para desviar atenções, responde: “Isso seria melhor do que a realidade.” Sem confirmar se a separação é definitiva, garante só que são “dois adultos que se amam” e que continuam a conversar.

Os Ferragnez, como é conhecido o par, casaram-se em 2018 e são uma das duplas mediáticas de Itália — ela é a maior influencer e empresária de moda; ele é um cantor de sucesso. Juntos têm dois filhos, Leo e Vittoria, que também aparecem no reality show sobre a família, transmitido pela Prime Video.

Na entrevista ao Corriere della Sera, a influencer tinha dito que “o mais certo é manter os problemas dentro dos muros de casa”. Desde então, nas raras aparições públicas, também Fedez tem evitado falar sobre os problemas, apesar de a imprensa italiana já ter feito o funeral à união.

Fora da esfera privada, o escândalo também já custou caro a Chiara Ferragni noutros domínios, depois de ter sido anunciado o final de parcerias com marcas como a Coca-Cola ou a empresa italiana de óculos de luxo Safilo, em Itália, o processo também levou à aprovação de uma nova norma para regular a publicidade nas redes sociais e prevenir fraudes — tem sido intitulada "lei Ferragni".

A lei estabelece multas entre cinco a 50 mil euros para influenciadores que não esclarecem o destino dos fundos angariados em campanhas de solidariedade. Além da coima, em caso de reincidência, quem incumprir na lei pode ver a sua actividade ser bloqueada durante um ano.

Por cá, em Portugal, apesar de não existir uma lei semelhante, a Direcção-Geral do Consumidor tem fiscalizado a publicidade de influenciadores para detectar irregularidades, sobretudo no que toca à obrigação de identificação “clara e inequívoca” de relação comercial entre o influenciador e a marca publicitada.

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