A IL alugou o Hard Club para fazer um comício que foi uma festa

Balões, luzes, música e cerveja. Cerca de 500 militantes da IL reuniram-se este sábado ao fim da tarde no Porto para ir a um comício que, na verdade, foi uma festa.

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Rui Rocha, líder da IL LUSA/JOSÉ COELHO
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Cervejas a gastar, banda em palco, gente feliz. Se um desinformado entrasse no Hard Club do Porto este sábado ao fim da tarde teria alguma dificuldade em perceber que estava num comício político — achava que estava numa festa.

Oficialmente, o que aconteceu ali foi um comício da IL. Na prática, o que aconteceu ali foi a IL ter alugado o Hard Club para dar uma festa. As condições de entrada eram saber quem é Rui Rocha, apoiar a redução de IRS e trazer um apontamento azul-turquesa. Reunidas essas condições, podia entrar — onde teria direito a ver balões coloridos, luzes a brilhar ou cantar a We Will Rock You.

Estar num comício da IL é sentir que se está no meio de muitas pessoas parecidas — há pouco interclassismo, sendo a classe dominante a média — que acreditam todas mesmo muito numa coisa. Não só acreditam como a tomam como dogma, dando a sensação de partilharem uma febre colectiva de “nós estamos certos e vocês não nos entendem”. Este sábado, eram 500.

Enérgicos, abanavam bandeiras, interrompiam discursos com palmas e gritavam pelo líder — o que se espera de um comício. No fim e no início do encontro estabeleceram laços liberais, confraternizando à volta de comida e uns dos outros — o que se espera de uma festa. Lá para o meio, discursaram três deputados (que, juntos, não demoraram uma hora), calhando um ser candidato a primeiro-ministro no próximo dia 10 de Março.

O próprio Rocha estava enérgico como nunca — sendo essa a maior novidade que levou ao Hard Club. A segunda foi ter falado aos indecisos — que, segundo as sondagens, valem quase um quinto do eleitorado —, a quem disse que nenhum “outro partido” garante a “coragem, ambição e as medidas para mudar realmente o país”.

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Rui Rocha discursou para os cerca de 500 participantes LUSA

Pelo meio, repetiu o que sempre diz e insistiu nas deixas escolhidas para o sétimo dia de campanha — desafio a Montenegro para baixar o IRS e promessa que um voto na IL garante futuro aos “filhos e netos” de Cavaco Silva, antigo Presidente da República e primeiro-ministro que este sábado escreveu um artigo de opinião no Correio da Manhã.

Findos os discursos, a banda volta a acção, adaptando temas como Eye of the Tiger ou Fix you. As pessoas começam a ir embora. A plateia é cada vez menor, chegando a um ponto em que se resume a crianças a explodir os balões vermelhos e azuis que estão no chão.

Começam-se a fechar as portas. A noite toma de vez o lugar do dia. Uns liberais voltam para casa com os filhos, outros vão jantar ali ao lado. Todos vão felizes. Foi bonita a festa, pá — mas será duradoura?

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