Rui Rocha vai às empresas falar com gestores e ignora trabalhadores

No quinto dia de campanha, Rui Rocha pediu uma “maioria clara” para a “mesa onde estão as soluções” — onde o líder da IL se senta com a AD, excluindo o Chega.

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Rui Rocha, esta quinta-feira, na sua visita à Navigator LUSA/RUI MINDERICO
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Na segunda-feira, Rui Rocha, líder da IL, visitou o Porto de Sines — reuniu-se com a administração, não falou com os trabalhadores. Na terça-feira, em Beja, quis saber dos agricultores — mas fechou-se num gabinete com a direcção da Associação de Agricultores do Sul, que integra empresários. Na quarta-feira, foi a Oeiras para conversar com Vasco de Mello, líder do grupo José de Mello, ali na condição de presidente da Business Roundtable Portugal, associação que junta os CEO dos maiores grupos empresariais portugueses (como a Galp ou a Altice). Esta quinta-feira, visitou a Navigator — uma das maiores exportadoras do país —, mas também só conversou com gestores. Rui Rocha está em campanha há cinco dias: dinamizou acções para ouvir administradores, gestores e representantes dos grandes grupos económicos — nunca para falar com os trabalhadores.

Ao PÚBLICO, Rui Rocha rejeita que não fale com os trabalhadores e explica que cada uma destas visitas serve para dar um sinal ao país: “São as empresas que criam riqueza. Precisamos de empresas que crescem, que se afirmam em Portugal e no estrangeiro.” E explica que, no final, isso resultará em “melhores salários e melhores condições para trabalhar”.

Questionado pelo PÚBLICO, que acompanha o líder liberal na estrada, em que momento das visitas feitas a empresas durante a campanha falou com trabalhadores, Rui Rocha respondeu tê-lo feito esta quarta-feira, durante a arruada em Lisboa. E o que ouviu desses trabalhadores? “Que precisamos de ter mais dinheiro no bolso, baixando impostos quer para as pessoas, querem para as empresas”, conta.

E nota ainda que, na passada semana, em visita à CIP, falou com os “empresários presentes”, não só sobre a “necessidade de baixar impostos”, mas também de “subir salários”. “Só o podemos fazer a sério, como propomos, se colocarmos o país nas condições em que os investimentos e crescimento das empresas se faça de forma acelerada, rápida e consistente”, acrescentou.

Ainda de manhã, à margem da visita à Navigator, que foi fechada aos jornalistas, Rui Rocha pediu uma “maioria clara” para a “mesa onde estão as soluções” — a sua, onde se senta com a AD. “Só há uma mesa que traz mudança e nela há duas velocidades: uma modesta, e outra da IL”, disse, excluindo o Chega, que se senta sozinho por “bloquear e atrasar o país”. À tarde, esteve em contacto com estudantes no Campus Universitário, em Lisboa, onde a IL montou uma acção de campanha.

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