O que fazer em Mira de Aire? Uma visita ao MIAT, um regresso às grutas

Para perpetuar o legado fabril de Mira de Aire, José Paulo Baptista criou o MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil. De visita obrigatória são também as icónicas grutas e a natureza envolvente.

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Em Agosto, cumprem-se 50 anos desde que as grutas abriram ao público pela primeira vez Nelson Garrido
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Em Agosto, cumprem-se 50 anos desde que as grutas abriram ao público pela primeira vez Nelson Garrido
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Em Agosto, cumprem-se 50 anos desde que as grutas abriram ao público pela primeira vez Nelson Garrido
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Em Agosto, cumprem-se 50 anos desde que as grutas abriram ao público pela primeira vez Nelson Garrido
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O MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil abriu poucos antes da pandemia Nelson Garrido
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O MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil abriu poucos antes da pandemia Nelson Garrido
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O MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil abriu poucos antes da pandemia Nelson Garrido
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O MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil abriu poucos antes da pandemia Nelson Garrido
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O caminho entre a saída da auto-estrada, em Fátima, e a vila de Mira de Aire, faz-se de curvas e contracurvas, mas a paisagem circundante compensa qualquer desconforto. Não raras vezes ainda se avistam rebanhos de cabras ou ovelhas, que pastam nos baldios ou nos quintais, ladeados pelos muros de pedra seca, típicos daquelas freguesias de Porto de Mós.

Ao descer para a vila, a beleza da serra só é abalada quando se avistam os edifícios abandonados de fábricas fechadas. Percorrer as ruas de Mira de Aire é também mergulhar num passado de doces e amargas memórias. De um tempo em que a terra fervilhava de negócios e prosperidade, em que a beleza arquitectónica industrial que ladeia a estrada principal era toda ela ocupada.

Foi por isso que José Paulo Baptista se lembrou de criar um museu que perpetuasse todo o legado. Sempre que ia por esse mundo fora (profissionalmente está ligado às agências de viagens) procurava ver museus que mostrassem a actividade têxtil.

Porque essa é, também, a história da sua família. O bisavô, fundador da Fábrica de Tapetes Vitória, ali mesmo no espaço onde agora existe o MIAT – Museu Industrial e Artesanal do Têxtil – passou o negócio ao avô, que o passou ao pai. A fábrica esteve nas mãos da família durante décadas.

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Em Agosto, cumprem-se 50 anos desde que as grutas abriram ao público pela primeira vez Nelson Garrido

Na sala onde existiu o antigo berçário/creche da fábrica, há um espaço audiovisual que permite compreender as diferentes fases do processo de transformação da lã, através de um vídeo que as retrata: tosquia, lavagem, tinturaria, cardação, penteação e tecelagem.

José Paulo acompanhou a evolução e o declínio da fábrica, e por isso obrigou-se a tamanho esforço, no Outono da vida, para memória futura. Pediu apoios, mas não foram concedidos. Por isso, tudo o que o visitante vê, no MIAT, é de iniciativa privada. Abriu pouco antes da pandemia.

Os amantes das caminhadas, dos passeios de bicicleta e dos percursos na natureza sabem que por toda a serra há várias grutas de visita obrigatória. Mas é ali, em Mira de Aire, que estão as mais antigas, descobertas em 1947, e que haveriam de dar origem à Sociedade Portuguesa de Espeleologia.

Carlos Alberto, ou Berto para os vizinhos e amigos, é o guia que administra as grutas há meio século. Sempre que pode, desce com os visitantes os 683 degraus, ao longo de 110 metros de profundidade, numa descida por entre várias formações calcárias: a alforreca, os pequenos lagos, o marciano, a boca do inferno, o rio negro, ou a galeria onde é possível fazer provas de vinhos e até maturação de chocolate.

A 11 de Agosto de 2024, cumprem-se 50 anos desde que abriram portas ao público a primeira vez.

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