Rui Rocha diz que é “fundamental” inviabilizar governo minoritário do PS
“Nós não queremos o programa do PS, nós não queremos as medidas do PS, nós queremos um país diferente”, justificou, admitindo apresentar uma moção de rejeição a um governo minoritário do PS.
O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considerou esta quinta-feira “fundamental” não haver uma “viabilização” de um governo minoritário do PS e admitiu apresentar no Parlamento uma moção de rejeição para esse efeito. Ou seja, quer apresente ou não uma moção de rejeição, a IL será sempre favorável a derrubar um governo minoritário do PS. “Nós queremos um país diferente”, fundamenta.
Durante a participação, esta quinta-feira, no Fórum TSF, o líder dos liberais foi questionado sobre se admitia “viabilizar um governo minoritário liderado pelo PS”. Rui Rocha deu uma resposta directa: “Não”, justificando que o programa da IL é “completamente diferente” do do PS.
“Nós não queremos o programa do PS, nós não queremos as medidas do PS, nós queremos um país diferente e por isso não há nada mais natural do que dizermos que não”, disse Rocha.
Foi depois questionado sobre se a IL admitiria apresentar uma “moção de rejeição” a este eventual governo minoritário do PS. Que sim, respondeu, notando que “não [abdica] de nenhum cenário que esteja nas [suas] mãos”. Para a IL — prosseguiu —, “é mesmo fundamental que não haja uma viabilização de um governo do PS”.
“Estes 21 anos trouxeram um país que não conseguiu resolver a pobreza persistente (…), envelhecimento e a perda de milhares de jovens. Um país de baixos salários e sobretudo de baixa ambição”, avaliou.
Momentos antes, Rui Rocha, em tom irónico, constatou que estava no estúdio há “10 ou 15 minutos” e que não sabia se, entretanto, Pedro Nuno havia voltado a mudar de “posição”.
“Aconselha o bom senso esperarmos até ao final do dia para ver quantas posições sobre esta matéria Pedro Nuno Santos tem”, começou por dizer Rui Rocha. “Depois podemos fazer um balanço circunstanciado dessas posições”, completou.
O ping-pong das moções
No frente-a-frente com Luís Montenegro, líder da coligação Aliança Democrática (AD) que junta o PSD, CDS-PP e PPM, o secretário-geral do PS admitiu viabilizar um governo minoritário do PSD. Montenegro, por sua vez, não admitiu viabilizar um governo minoritário do PS, deixando por esclarecer o que fará.
Tal levou a que o secretário-geral do PS se queixasse da falta de “reciprocidade” dos sociais-democratas nesta matéria, dizendo sentir-se “desobrigado” a fazer o prometido. Estas declarações foram entendidas como um recuo de Pedro Nuno — mas, uma hora depois, o líder do PS explicou que a promessa feita ao PSD se mantinha de pé, insistindo no pedido de “reciprocidade”. “Queremos que o PSD responda ao repto do PS da mesma forma que o PS se disponibilizou”, disse.
Por seu turno, a AD continua por esclarecer se viabiliza, ou não, um governo minoritário do PS. Montenegro, citado pela Lusa, diz que as declarações de Pedro Nuno devem-se a “conveniência política”.
Na segunda-feira, também no Fórum TSF, Rui Tavares, co-líder do Livre, não excluiu uma “moção de rejeição” a um governo de direita, esclarecendo apenas que não votará ao lado do Chega nesse sentido.
Chega esse que, em Dezembro, através do seu líder André Ventura, dizia que se não integrasse um governo de direita avançaria com uma moção de rejeição ao PSD. Contudo, com o aproximar das eleições, em entrevista ao PÚBLICO, Ventura recuou na sua posição, admitindo que não apresentará uma moção de rejeição um eventual governo minoritário de direita. Depois disso, já voltou a admiti-lo.