Filipa Ramos é curadora da Catalunha na Bienal de Veneza com projecto de Carlos Casas

A curadora e investigadora portuguesa foi escolhida por um júri independente na sequência de uma open call. realizada pelo Instituto Ramon Llull.

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A curadora Filipa Ramos e o artista Carlos Casas DR
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Filipa Ramos será a curadora da presença da Catalunha na Bienal de Arte de Veneza. A região estará representada nos chamados “eventos colaterais” da bienal, com um projecto intitulado Catalonia in Venice – Bestiari, do artista Carlos Casas.

“Vamos apresentar este ano um projecto fantástico da curadora portuguesa Filipa Ramos e do artista catalão Carlos Casas. A instalação criará um espaço de sonho”, explicou Xavier Ruiz, do Instituto Ramon Llull, a organização responsável pela disseminação da cultura e da língua catalãs, durante uma visita de uma comitiva de jornalistas estrangeiros a Barcelona.

O coordenador das áreas de artes plásticas e arquitectura do Instituto Ramon Llull acrescentou que, por enquanto, até à aprovação final de Bestiari pela bienal, não podem ser revelados muitos pormenores. Trata-se de um projecto audiovisual que, promete o instituto, mergulhará os visitantes “num ambiente hipnótico de sons e imagens”. Carlos Casas tem uma prática artística que se estende do cinema às artes visuais.

A curadora e investigadora portuguesa, que assumiu durante um ano a direcção artística da Galeria Municipal do Porto e do Departamento de Arte Contemporânea da empresa municipal Ágora, foi escolhida em Setembro por um júri independente na sequência de uma open call lançada pelo instituto.

Sendo uma comunidade autónoma e não um estado independente, a Catalunha não surge elencada entre as 90 participações nacionais anunciadas para a 60.ª bienal. Mas desde 2009, lembra Xavier Ruiz, a região vem marcando presença com o seu “pavilhão” no programa de eventos colaterais, que este ano atingirá as três dezenas de participações.

O projecto catalão será apresentado no espaço de que a comunidade autónoma dispõe no Castello, o bairro que alberga os recintos principais da bienal: os Giardini e o Arsenale.

Além de Filipa Ramos, um outro curador português surge envolvido este ano numa participação estrangeira, uma vez que coube a João Laia, juntamente com o lituano Valentinas Klimašauskas, conceber o projecto do Pavilhão da Lituânia, país que já teve vários prémios em Veneza na área das artes visuais.

O projecto de Laia apresentará uma instalação imersiva da dupla Pakui Hardware, composta pelos artistas Neringa Cerniauskaite e Ugnius Gelguda, organizando-se também em redor do trabalho da modernista Marija Teresė Rožanskaitė (1933-2007). O até há pouco tempo curador-chefe do Kiasma, o museu de arte contemporânea de Helsínquia, na Finlândia, ocupa desde Janeiro o cargo deixado vago por Filipa Ramos há um ano.

Sediado no Palácio Franchetti, como nas edições anteriores, o pavilhão português, que será apresentado oficialmente na próxima segunda-feira, organiza-se à volta do projecto Greenhouse, da artista Mónica de Miranda em parceria com as investigadoras Sónia Vaz Borges e Vanda Gala.

Tal como na edição anterior, o pavilhão da Santa Sé tem como comissário o cardeal português José Tolentino de Mendonça. Ficará sediado na prisão feminina de Veneza, na ilha da Giudecca, onde instalará o projecto Con i miei occhi (“Com os meus olhos”), com curadoria de Chiara Parisi e Bruno Racine.

Na exposição internacional, que tem como curador principal o brasileiro Adriano Pedrosa, director artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP), não consta até agora nenhum artista português entre os 332 já anunciados, mas há alguns nomes da diáspora africana com ligações a Portugal, como Kiluanji Kia Henda ou Sandra Poulson. Pedrosa, o primeiro latino-americano a encabeçar aquele que é um dos principais acontecimentos internacionais do mundo da arte, escolheu como tema Estrangeiros em Todos os Lugares, privilegiando artistas "estrangeiros, diaspóricos, imigrantes, expatriados, exilados e refugiados".

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