Militares ameaçam com protestos, se ficarem esquecidos nos aumentos de subsídios
Associações dizem que militares mais jovens ponderam sair à rua, caso PSP e GNR tenham os aumentos que reivindicam, mas as Forças Armadas ficarem para trás. Militares estão “com as garras de fora”.
Os militares ameaçam sair à rua em protestos depois das eleições, seguindo os passos das forças de segurança, se os elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) tiverem aumentos, mas as Forças Armadas ficarem para trás, noticiou esta sexta-feira o Expresso.
António Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), disse ao jornal que “nenhuma acção está posta de parte”, se as reivindicações da PSP e da GNR de uma actualização nos subsídios de missão, como aconteceu com a Polícia Judiciária (PJ), chegarem a bom porto — mas os subsídios dos militares ficarem para trás.
“Não são devidamente tratados os subsídios e suplementos de pára-quedistas, submarinistas, mergulhadores, tripulantes de voo e, um caso extremo, dos inactivadores de engenhos explosivos, que há 44 anos andam a bater-se por isso”, denunciou o sindicalista em declarações ao Expresso.
Uma fonte militar adiantou que são os militares mais jovens, com menos de 40 anos, os que mais parecem estar disponíveis para organizar manifestações semelhantes às da PSP e da GNR. Caso a luta das forças de segurança resultar em aumentos, mas os militares não forem sujeitos às mesmas actualizações, “a malta nos quartéis e nas bases está com as garras de fora”.
A expressão é de António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, que partilhou com o semanário que Belém está “perfeitamente a par” da insatisfação que se regista dos quartéis: “O próprio Presidente está a criar uma caldeirada muito grande, porque tem vindo a público dizer que as polícias têm razão. Mas não temos ouvido o comandante supremo dizer rigorosamente nada sobre as Forças Armadas.”