De Veneza a Cantão e à Argélia, a Berlinale acolhe as gloriosas utopias das margens
A música feminina na Itália patriarcal, a diáspora africana na China, as terapias inovadoras de Frantz Fanon: coisas de que não sabíamos que precisávamos e que deram novo brilho ao Festival de Berlim.
É para descobrirmos coisas de que não estávamos à espera (ou de que não sabíamos que estávamos à espera) que existem festivais de cinema. Ao Festival de Berlim, em particular, vamos à procura daquilo que ainda não tínhamos visto, pelo menos contado desta maneira. Coisas como Gloria!, primeira longa-metragem da cantora e actriz italiana Margherita Vicario, seleccionada para a competição principal: mesmo que a promessa de uma abertura literalmente gloriosa não seja inteiramente cumprida (mas quantos filmes nem sequer isso conseguem ter…), há frescura, energia, garra e insolência nesta história truculenta da “irmandade do pianoforte”.
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