Super Bowl com Taylor Swift nas bancadas foi o programa mais visto nos EUA desde a alunagem de 1969
Até já há nome para o fenómeno: efeito Taylor Swift. Não havia tanta gente a ver televisão neste Super Bowl desde a alunagem da Apollo 11 em Julho de 1969. O motivo pode ser a presença da cantora.
Há quase 55 anos que nada colava tantos norte-americanos aos ecrãs das televisões. Os 123,7 milhões de pessoas que assistiram ao Super Bowl no domingo passado, num confronto de futebol americano que terminou com a vitória dos Kansas City Chiefs frente aos San Francisco 49ers, fizeram desse programa o mais visto de sempre na televisão nos Estados Unidos da América desde a alunagem da missão Apollo 11, em Julho de 1969. Foram quase mais nove milhões de pessoas do que no Super Bowl do ano passado — o mais visto na História do jogo até agora.
As actuações de Usher e de Alicia Keys no intervalo do jogo ou as inusitadas (e milionárias) publicidades talhadas ao segundo para o Super Bowl podem não explicar tudo. A resposta parece ter estado nas bancadas: Taylor Swift, uma das mais consagradas artistas musicais norte-americanas e namorada de Travis Kelce, tight-end da equipa que saiu vitoriosa no maior evento desportivo dos Estados Unidos.
É mais uma proeza que demonstra o poder da cantautora na opinião pública norte-americana (e além-fronteiras) — um poder tão vigoroso que até já tem nome: efeito Taylor Swift. Depois de ter feito história como a artista com mais Álbuns do Ano nos Grammy, de ter sido considerada a Pessoa do Ano pela revista Time e de ter provocado abalos equivalentes a um sismo de magnitude 2.3 na escala de Richter num concerto em Seattle, Swift parece ter convencido mais gente do que nunca a ver televisão em meio século nos Estados Unidos.
É pelo menos isso que sugerem os números — e não só o facto de, por apenas 27 milhões de telespectadores, o Super Bowl não se ter tornado o programa de televisão mais visto de sempre naquele país. É certo que havia outras estrelas na bancada a assistir ao jogo, como Beyoncé e Leonardo DiCaprio. Mas nenhum terá tido o impacte que Taylor Swift teve: uma sondagem da Numerator apurou que um em cada cinco desses telespectadores estavam a torcer pelos Kansas City Chiefs por causa da relação assumida por Taylor Swift e Travis Kelce.
Mais: ao longo das quatro horas e oito minutos de espectáculo, entre momentos musicais e futebol americano, Taylor Swift apareceu durante um total de 58 segundos, divididos por 12 ocasiões. Coisa pouca no panorama geral, é certo, mas não tão pouco assim se pensarmos em dólares: cada bloco de 30 segundos de publicidade no Super Bowl em 2024 foi vendido a sete milhões de dólares (cerca de 6,5 milhões de euros). Significa que a artista de Shake it off teria de pagar quase o dobro se tivesse aparecido no ecrã numa publicidade, fora da qualidade de mera espectadora, adepta dos Kansas City Chiefs e namorada de um dos atletas.
Curiosidade: o top-10 das emissões televisivas de maior audiência inclui agora nove finais do evento desportivo e a entrada do jogo de domingo para segundo lugar resultou na saída dessa lista do discurso de demissão do Presidente Richard Nixon, transmitido da Sala Oval em 1974.