Rocha e Sousa Real concordaram sobre professores — discordaram em tudo o resto

Líder da IL e porta-voz do PAN ainda não têm opinião sobre a reposição do tempo de serviço de professores, preferem esperar pelo relatório da UTAO. Rocha tentou colar PAN ao PS e a António Costa.

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Rui Rocha e Inês Sousa Real debateram esta sexta-feira na SIC Notícias José Alves
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Antes de o debate ir para o ar, na SIC Notícias, o PAN já tinha dado o pontapé de saída. No X (antigo Twitter), publicou uma imagem com o grafismo, cores e slogan iguais aos da IL onde se lia: “O PAN baixou mais impostos que [sic] a Iniciativa Liberal. És do PAN e não sabias.” Apesar da provocação, o frente-a-frente foi calmo: discutiu-se educação — tema no qual os líderes convergiram numa posição recuada sobre a reposição do tempo dos professores — e debateu-se, com alguma profundidade, a energia.

Pode parecer que não, mas PAN e IL disputam eleitorado — urbano e jovem — e partilham posições comuns, como a descida genérica dos impostos. Talvez por estar consciente disso, durante o debate, Rui Rocha, líder da IL, insistiu em dirigir-se à juventude — a qual, diz, “continuará a pagar impostos” se votar no PAN.

“[Inês Sousa Real, porta-voz do PAN], viabilizou todos os orçamentos de Costa e do PS, que trouxeram recordes sucessivos de carga fiscal (…) e levaram o país a esta situação”, disse o líder liberal.

Já para a porta-voz do PAN, a IL é um “parque de diversões” para o qual o “bilhete não está ao acesso de todos” — dando o exemplo da educação e sugerindo que as propostas da IL põem em causa o acesso universal à escolaridade. “A educação e a escola pública são um pilar na nossa sociedade. Nem todas as crianças e jovens vêm do mesmo contexto social”, disse a deputada única.

E assim se passou para o tema da recuperação do tempo de serviço dos professores, assunto em que os partidos ainda não têm posição pois aguardam pelo “relatório da UTAO”, que indicará “como deve ser feita a contagem de tempo de serviço” e em “quanto tempo”. A opinião, transmitida por Sousa Real, foi considerada “sensata” por Rui Rocha — que diz que a IL “não tem uma posição fechada sobre o assunto” e que também aguarda o relatório para “analisar” quanto custa a medida.

Questionado sobre quais as medidas da IL para aumentar o número de professores, Rocha sugeriu a possibilidade de os “professores reformados e com energia para voltar” à acção escola poderem acumular “pensão e rendimento”. Além disso, propõe uma “remuneração competitiva em função de objectivos” e que as próprias escolas tenham “autonomia” para “recrutar professores”. Sousa Real aproveitou ainda para acenar aos GNR e bombeiros, notando que estes profissionais também não devem ser “deixados de lado”.

Debateu-se ainda, com alguma profundidade, o tema da energia. Sousa Real criticou a simpatia que os liberais têm pela solução da energia nuclear, notando que, em Portugal, há “um problema de água estrutural” e que não se pode olhar para essa “tecnologia” com “ligeireza”.

Outro dos temas em debate foram as alterações climáticas. Perante as acusações de que os liberais são “negacionistas”, Rocha diz apenas que não está de acordo com “visões proibicionistas” ou de “retrocesso de condições de vida”, propondo um “manifesto para o crescimento sustentável”.

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