Vendas da L’Oréal na Ásia decepcionaram, mas grupo celebra “ano de sucesso”

A L’Oréal apresentou um aumento de 6,9% nas vendas do último trimestre de 2023, após o fecho do mercado na quinta-feira. No total de 2023, contabilizam 41.18 mil milhões de euros.

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A L'Oréal é um grupo francês de cosmética Reuters/SARAH MEYSSONNIER
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As acções da L’Oréal caíram 7,5% nesta sexta-feira, depois de a empresa francesa de cosméticos ter divulgado um crescimento de vendas no quarto trimestre que ficou aquém das expectativas do mercado, reflectindo um desempenho decepcionante na Ásia.

A L’Oréal apresentou um aumento de 6,9% nas vendas do último trimestre de 2023, após o fecho do mercado na quinta-feira. Apesar de ser positivo, trata-se de um crescimento mais lento do que no trimestre anterior. As vendas totalizaram 10,6 mil milhões de euros, abaixo das expectativas de 10,9 mil milhões de euros, de acordo com as estimativas de consenso citadas pelo Barclays. No total de 2023, contabilizam 41,18 mil milhões de euros, com um foco especial no crescimento dos segmentos de grande consumo, beleza dermatológica e luxo.

O negócio de retalho da L'Oréal foi, todavia, afectado por um controlo mais rigoroso por parte do governo chinês aos revendedores, conhecidos como "daigou". Estes compram as mercadorias a preços mais baixos noutros mercados e revendem-nas com desconto na China continental.

Os analistas do Barclays esperavam que estas questões demorassem menos tempo a ser resolvidas. O desempenho da L'Oréal em termos de vendas de primeira linha representou um “raro fracasso”, frisam. Segundo os analistas do Deutsche Bank, os resultados da L'Oréal no Norte da Ásia ficaram “muito aquém das expectativas”. E acrescentam: “Somos da opinião de que os ventos contrários na China são estruturais e não apenas cíclicos.”

No entanto, a L'Oréal superou o desempenho da sua principal rival, a Estée Lauder. As vendas da Estée Lauder registaram um declínio global de 8% no mesmo trimestre. “2023 foi um ano de muito sucesso para o grupo”, celebra o CEO do grupo, Nicolas Hieronimus, em comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.

O responsável fala também de “um novo recorde de margem operacional”, num mundo “desafiante de tensões geopolíticas, pressões inflacionistas e um mercado de beleza em estagnação na China”. E sublinha: “Apresentámos o nosso melhor crescimento em termos comparáveis em mais de 20 anos (excluindo 2021).”

Para 2024, adianta Nicolas Hieronimus, continuam “optimistas quanto às perspectivas do mercado da beleza e confiantes na nossa capacidade de continuar a superá-lo e de alcançar mais um ano de crescimento nas vendas e nos lucros”.

Nesta sexta-feira, a empresa também informou que assinou um acordo de licenciamento com a marca de moda Miu Miu, de Miuccia Prada, para produtos de beleza. Espera-se que as primeiras fragrâncias sejam lançadas em 2025 sob o acordo, que engloba a criação, desenvolvimento e distribuição de produtos de beleza.