CGD comprou imóvel no Parque das Nações onde será a nova sede a partir de 2026

Banco e Governo já tinham acordado que o banco sairia do actual edifício-sede, no Campo Pequeno, para o executivo aí concentrar vários ministérios.

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O edifício onde está hoje a CGD vai passar este ano para o Estado em forma de dividendos, tendo sido avaliado em 361 milhões de euros Fabio Augusto
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) comprou esta sexta-feira o imóvel onde será edificada a nova sede do banco público, no Parque das Nações, em Lisboa. A mudança está prevista para 2026, disse esta sexta-feira a instituição em comunicado, sem divulgar o valor pago.

O novo edifício, situado na Avenida Dom João II, destina-se aos serviços centrais do banco (que contam com 2500 funcionários). Segundo a CGD, no processo de escolha os trabalhadores foram envolvidos e tornou-se “evidente a necessidade de escolher uma localização dotada de uma boa rede de transportes públicos, limitando a necessidade de recurso ao veículo privado para as suas deslocações para o trabalho”.

Em comunicado próprio, também divulgado esta sexta-feira, a sociedade Tage Une Fois — Investimentos Imobiliários (detida pelos grupos Atenor e Besix Real Estate Development) “anuncia a venda do projecto de escritórios WellBe à Caixa Geral de Depósitos (CGD)”. O edifício, quando concluído, terá “27.635 m2 [metros quadrados] de área bruta de escritórios, 1240 m2 de área comercial e 400 lugares de estacionamento”, acrescenta a informação da promotora imobiliária.

A CGD refere ainda que o edifício será eficiente energeticamente (classificação energética A) e que terá acesso fácil a pessoas de mobilidade reduzida.

A CGD e o Governo já tinham acordado que o banco sairia do seu actual edifício-sede, no Campo Pequeno (Av. João XXI, em Lisboa) para o Governo aí concentrar vários ministérios. Contudo, a CGD ainda manterá serviços naquele local até 2026.

O edifício vai passar este ano para o Estado em forma de dividendos, tendo sido avaliado em 361 milhões de euros. Em Janeiro, a ministra da Presidência admitiu que ainda este ano um primeiro conjunto de membros do executivo se poderá mudar para este que será o futuro edifício central do Governo.

“As obras estão em curso, o visto do Tribunal de Contas chegou no final de 2023. Estamos a preparar-nos para podermos fazer [constituir] o primeiro conjunto de ministros que se muda para o novo edifício, mas isso não é previsível para o primeiro trimestre de 2024”, respondeu Mariana Vieira da Silva aos jornalistas, afastando a possibilidade de alguma mudança acontecer antes das eleições legislativas de 10 de Março ou mesmo no período imediatamente posterior a esse acto eleitoral.

Em Março do ano passado, o Governo estimou em 40 milhões de euros o investimento a realizar até ao final da legislatura no processo de concentração de serviços do Estado no actual edifício-sede da CGD.

“Nem todos os pisos do edifício da CGD terão a mesma necessidade de obras. Ao longo da legislatura, o investimento global estimado será de 40 milhões de euros”, adiantou nessa altura o secretário de Estado da Presidência, André Moz Caldas.

A ministra da Presidência disse ainda em Janeiro que, “ao longo deste processo, prevê-se que o Estado possa libertar um conjunto significativo de edifícios, com ganhos de 600 milhões de euros, tendo em conta o preço do metro quadrado”. Neste conjunto de edifícios, estão excluídos os do Terreiro do Paço, por terem características próprias e específicas.

Na avaliação de 600 milhões de euros de receitas feita pelo Governo estão incluídos os edifícios da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, o Ministério da Economia e do Mar, os do Ministério da Educação nas avenidas Infante Santo e 24 de Julho, mas também edifícios arrendados a privados, caso do Ministério da Saúde.

A CGD deve apresentar os resultados de 2023 nas próximas semanas. Entre Janeiro e Setembro de 2023, teve lucros de 987 milhões de euros (mais 43% face ao mesmo período de 2022).

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