Disney aposta em Taylor Swift e em videojogos para obter “crescimento significativo”

Os novos planos da gigante do entretenimento passam pelo streaming em exclusivo do filme-concerto da Eras Tour de Taylor Swift e pela migração das personagens do seu universo para os videojogos.

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Taylor Swift na estreia do filme concerto The Eras Tour em Los Angeles Reuters/MARIO ANZUONI
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A omnipresente e todo-poderosa Taylor Swift e essa máquina de gerar entretenimento e lucros que são os videojogos, eis as apostas da Disney para conseguir um “crescimento significativo” da gigantesca empresa. Tal manifesta-se, concretamente, no streaming, em exclusivo na Disney+, do filme concerto Taylor Swift: The Eras Tour e no investimento de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,39 mil milhões de euros) na Epic Games, a empresa onde foi criado aquele que será o mais popular videojogo da actualidade, Fortnite, o que permitirá migrar para o mundo dos videojogos inúmeras personagens do universo Disney. Actualmente, além da casa original, a Disney ela mesma, este inclui, por exemplo, a Pixar, a Marvel ou A Guerra das Estrelas.

O anúncio foi feito na quarta-feira pelo director-geral da Disney, Bob Iger, e surge como reacção à quebra dos números de bilheteira dos filmes estreados em 2023, incluindo os dos super-heróis da Marvel, parte importante do império Disney, e à perda de 1,3 milhões de subscritores da plataforma de streaming Disney+, nos últimos três meses do ano passado, na sequência do aumento dos preços da subscrição (em Portugal, o aumento, de 8,99€ para 10,99€, teve lugar em Novembro). Já o segundo trimestre de 2023 fora marcado por uma queda abrupta de subscritores, com a perda de 11,2 milhões de assinantes da Disney+.

Iger está ainda sobre pressão do investidor activista Nelson Peltz, que defende um abanão na empresa, de forma a aumentar os seus lucros no streaming e na bilheteira. No meio dos negócios, um investidor activista é alguém, habitualmente associado a fundos especulativos, que adquire posições minoritárias, mas relevantes, de uma empresa com o objectivo de influenciar a sua gestão e posicionamento no mercado. Nelson Peltz tem exigido novas políticas comerciais para a Disney e, acima de tudo, vem reclamando um lugar no conselho de administração da empresa, algo que lhe tem sido repetidamente negado.

Quando questionado pela televisão norte-americana CNBC sobre se os novos planos seriam capazes de serenar Petz, Bob Iger foi peremptório: "A última coisa de que precisamos neste momento é de sermos distraídos, no nosso tempo e na nossa energia, por um [investidor] activista ou [investidores] activistas que, francamente, têm uma agenda completamente diferente e não compreendem a nossa empresa, os seus activos, ou mesmo a essência da marca Disney".

Para além do negócio com a Epic, que “marca a maior entrada de sempre da Disney no mundo dos jogos, oferecendo oportunidades significativas de crescimento e expansão”, declarou Bob Iger, citado pela BBC, foi também anunciada a criação de uma plataforma de streaming de desportos, em parceira com a Fox e a Warner Bros. Discovery. As três empresas detêm em conjunto os direitos do campeonato do mundo de futebol, da Fórmula 1 e das ligas americanas de basquetebol, basebol e futebol americano.

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