Cancro do rei Carlos III foi “detectado cedo”, revela Rishi Sunak

“Chocado e triste”, o primeiro-ministro britânico adianta à BBC Radio 5, nesta manhã, que espera que haja “uma recuperação total” do monarca após os tratamentos.

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As primeiras páginas dos jornais britânicos desta terça-feira relatam a notícia do diagnóstico de cancro do rei Carlos III EPA/ANDY RAIN
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O Palácio de Buckingham informou, na segunda-feira, que o rei Carlos III foi diagnosticado com cancro, sem adiantar tipo ou estádio da doença. Mas, nesta manhã, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, adianta que o cancro foi “detectado cedo”, sugerindo que a doença se encontra numa fase inicial, o que poderá significar que os tratamentos, entretanto já iniciados, tenham maior eficácia.

À BBC Radio 5, Sunak manifesta-se “chocado e triste” com a notícia, mas confiante numa “recuperação total”.

O rei, de 75 anos, teve o cancro diagnosticado durante o tempo que passou no hospital, onde foi admitido, no último mês, para uma intervenção à próstata aumentada. O Palácio especificou que o quadro oncológico não está relacionado com o problema que o levou ao hospital.

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“Estou, naturalmente, em contacto regular com ele e continuarei a comunicar com ele normalmente”, informou Rishi Sunak. UK Parliament/Maria Unger via REUTERS

Entretanto, o monarca suspendeu a sua agenda e começou a receber cuidados médicos em regime ambulatório, sob a supervisão da sua equipa de médicos especialistas. Mas, apesar de se manter resguardado, o rei manter-se-á em contacto com o Governo. “Estou, naturalmente, em contacto regular com o rei e continuarei a comunicar com ele normalmente”, informa Sunak.

Já a William, príncipe de Gales e herdeiro da coroa, caberá a tarefa de assumir os compromissos públicos do pai, numa altura em que também se debate com um problema não especificado da mulher, Kate, que foi submetida a uma cirurgia abdominal e estará em recuperação até depois da Páscoa. Aliás, pouco antes do diagnóstico do pai, William tinha informado, com o aval do rei, que iria estar, nos próximos tempos, mais focado na família do que na instituição.

Também Ana e Eduardo, como irmãos do rei, deverão acumular mais trabalho, ainda que não devam ser chamados a actuar como conselheiros de Estado, o que lhes permitiria agir em nome do soberano. Mas esta figura está reservada a momentos em que o rei não possa assumir os seus deveres oficiais devido a doença ou ausência no estrangeiro — o que não se pensa ser o caso.

Ainda não se sabe qual o papel de Harry, ou se terá algum, depois de se ter afastado dos deveres reais e de ter feito revelações comprometedoras sobre a família, mas a BBC adianta que o carro do filho mais novo do rei foi visto no Aeroporto Internacional de Los Angeles, o que poderá significar que chegará ao Reino Unido ainda nesta terça-feira. Harry mantém o seu lugar como conselheiro de Estado.

A decisão do duque de Sussex de, rapidamente, cancelar a sua agenda para viajar para perto do pai resultou em especulações sobre a real gravidade da doença de Carlos.

Sinais dos tempos

Apesar de a família real normalmente se abster de informar a população sobre questões de saúde dos monarcas (com o príncipe Filipe, por exemplo, as informações ao longo dos seus internamentos sempre foram evasivas e no caso da rainha Isabel II a gravidade do seu quadro sempre foi minimizada, até ao dia da sua morte), Carlos III optou por uma abordagem diferente, considerando importante falar sobre a doença.

“[O rei tinha] a firme convicção de que a doença que tem e o tratamento que lhe é aplicado deviam ser conhecidos em termos gerais”, observou o antigo secretário de imprensa da rainha Isabel III, Charles Anson, no programa BBC Breakfast desta manhã, descrevendo a sua posição como um “sinal dos tempos”.

No entanto, Anson ressalvou que o público não deveria estar à espera de boletins diários ou de detalhes exaustivos sobre a doença do rei.

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