Centenas de agricultores protestam em Bruxelas em dia de cimeira europeia

Em Portugal já há várias estradas cortadas por protestos.

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Protesto dos agricultores em Paris, França EPA/YOAN VALAT
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Filas de tractores começaram a circular, num buzinão, pelas ruas do bairro europeu de Bruxelas ao início da manhã, ao mesmo tempo que decorre uma cimeira de líderes da UE.

Outros grupos de tractores encontram-se desde a madrugada na circular interna da capital belga, dificultando o trânsito, e as autoridades pediram aos cidadãos que utilizem os transportes públicos para se deslocarem na capital.

A polícia rodoviária federal também informou que vários grupos de tractores se encontravam em várias estradas nacionais e circundantes em direcção à capital.

A cólera dos agricultores, que iniciaram as acções de protesto no domingo, vai intensificar-se durante o dia em Bruxelas para mostrar o descontentamento do sector aos dirigentes europeus.

Representantes de associações agrícolas de diferentes países, incluindo de Portugal, Espanha e Itália, vão participar numa manifestação no bairro europeu, pela hora do almoço, para explicar as razões do protesto. Também em Portugal, há várias estradas cortadas na manhã desta quinta-feira por causa dos protestos dos agricultores.

As razões do descontentamento dos agricultores, que nos últimos meses provocaram protestos em mais de 15 estados-membros, incluindo Alemanha e França, não deverão ser formalmente abordadas nesta cimeira.

No entanto, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse já pretender debater a questão durante a estada em Bruxelas.

Macron disse que vai propor à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, uma série de alterações na política agrícola, nomeadamente nas regras de retirada de terras da produção e na entrada de produtos ucranianos, para responder à crise que Paris enfrenta com os protestos do sector.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs a prorrogação por mais um ano dos benefícios comerciais concedidos à Ucrânia para apoiar a economia do país, face à invasão da Rússia, mas introduziu salvaguardas para o caso de os mercados agrícolas de um ou mais países serem afectados.

Além disso, a Comissão Europeia propôs, na quarta-feira, a revogação da regra que obriga os agricultores a manterem parte das terras aráveis em pousio durante todo este ano, uma medida exigida por manifestantes em vários Estados-membros da UE.