A H&M surpreendeu os investidores, nesta quarta-feira, com o anúncio de um novo CEO. Daniel Erver assume o cargo com efeito imediato, numa altura em que a retalhista de moda sueca luta para aumentar as vendas num mercado ferozmente competitivo.
A directora-executiva cessante, Helena Helmersson, declarou que decidiu abandonar a H&M, dizendo que o cargo tem sido muito exigente do ponto de vista pessoal.
A H&M é a segunda maior retalhista de moda cotada na bolsa a nível mundial, a seguir à Inditex, e pretende atingir uma margem operacional de 10% este ano. Por isso, tem-se concentrado na rentabilidade, em vez de baixar os preços.
No entanto, para além da Zara, a sua concorrente directa, a H&M tem-se debatido com o facto de os clientes, sensíveis aos preços, optarem pela gigante chinesa Shein, que tem opções imbatíveis economicamente. A título de exemplo, de Novembro de 2022 a Novembro de 2023, a Zara e a H&M trouxeram, respectivamente, 40 mil e 23 mil novos artigos para o mercado dos EUA. No mesmo período, a Shein introduziu 1,5 milhões.
No quarto trimestre, a margem de lucro operacional da retalhista sueca caiu para 7,2%, contra 7,8% no terceiro trimestre do ano passado. A H&M avançou ainda que as vendas de 1 de Dezembro a 29 de Janeiro — o início do seu primeiro trimestre fiscal — caíram 4%, em comparação com um aumento de 5% no ano passado.
A empresa registou um lucro operacional no quarto trimestre de 4,33 mil milhões de coroas suecas (cerca de 384 milhões de euros), acima do ano anterior, mas abaixo dos 4,57 mil milhões de coroas esperados pelos analistas numa sondagem da LSEG, a consultora da bolsa londrina.
O conselho de administração da H&M propôs um dividendo inalterado de 6,50 coroas (58 cêntimos) por acção e disse que iria pedir autorização para comprar as acções B do próprio grupo.
Quem é o novo CEO?
O sueco Daniel Erver entra agora em cena num momento delicado da história da Hennes&Mauritz, fundada em 1947 em Västerås. O gestor não é, de todo, um novato na marca, com quem teve o primeiro contacto em 2005 para um estágio, pode ler-se na sua página de Linkedin.
Entretanto, depois de uma passagem por uma consultora, regressou em Janeiro de 2006 à H&M. Em 18 anos já fez de tudo um pouco, começando pela área de negócio ou de vendas. Em 2009, assume o primeiro cargo de liderança como responsável de merchandising nos Estados Unidos e, pouco depois, lidera esse segmento globalmente.
Em 2015, torna-se o gestor da marca na Suécia e, três anos depois, encarrega-se da gestão global das colecções femininas e masculinas. Antes de subir a CEO, desde 2020 estava mais próximo da liderança, mas nos bastidores, como director-geral da H&M. Agora resta saber o que fará enquanto principal decisor.